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Desmatamento na Amazônia em 2020 é mais de 3 vezes superior à meta proposta pelo Brasil para a Convenção do Clima

Redução de 80% do desmatamento foi apresentada à Convenção do Clima em conferência de 2009, em Copenhague. Nesta segunda-feira (30), Inpe apresentou perda de 11 mil km² de floresta na Amazônia Legal, sendo que a meta era cerca de 3 mil km². Desmatamento na Amazônia cresce 9,5% em um ano
A taxa de desmatamento na Amazônia divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é mais de três vezes superior à meta apresentada pelo Brasil à Convenção do Clima na conferência de 2009, em Copenhague, para 2020.
Os valores levados em conta para o cálculo da meta em 2020 são os resultados da temporada que vai entre agosto de 2019 e julho deste ano. Foram 11.088 km² de área perdida no bioma, mas o objetivo era chegar perto de 3 mil km².
A medição do desmate no Brasil considera sempre a temporada entre julho e agosto por causa das variações do clima: com essa divisão do tempo, os pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca no bioma, analisando como o desmatamento e as queimadas na Amazônia oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos.
TAXA OFICIAL: Desmatamento na Amazônia cresce 9,5% em um ano e passa de 11 mil km², aponta Inpe
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O cálculo foi feito com base nas taxas apresentadas entre os anos de 1996 a 2005. A Política Nacional sobre Mudança do Clima leva em conta a média da perda de floresta nestes anos, que foi 19,5 mil km². Assim, o governo brasileiro, à época comandado por Luiz Inácio Lula da Silva, definiu como objetivo uma redução de 80%. A ideia era chegar a quase 3 mil km² em 2020.
A meta não foi atingida. De acordo com os números oficiais do governo federal a temporada 2019/2020 teve uma alta de 9,5% em relação ao mesmo período entre 2018 e 2019. O Pará concentra quase metade de todo o desmatamento da Amazônia na temporada.
“É um valor muito grande. Cerca de 180% maior do que o governo se comprometeu a apresentar como meta de redução para o desmatamento, como meta para contribuição para as mudanças do clima”, disse Antônio Oviedo, pesquisador do Instituto Socioambiental (ISA).
Série histórica com dados de desmatamento na Amazônia segundo o Prodes até 2019/2020.
Arte/G1
Desde a conferência, o mais perto que chegamos de atingir a meta foi em 2012, com 4,5 mil km². Desde então, a curva cresce (veja no gráfico acima). A taxa de desmatamento deste ano é a maior desde 2008. Questionado por jornalistas, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que o assunto é tratado pelo Ministério do Meio Ambiente e respondeu citando uma outra proposta, a da redução das emissões de gases.
“A nossa meta no Acordo de Paris era que em 2025 nós teríamos uma redução de 37% das emissões de carbono comparadas com o ano de 2005, que é o ano base que todos os países se comprometeram. Eu acredito que essa meta será mantida. Então, talvez nós anunciaremos uma nova meta, já a meta de 2030. Isso está sendo estudado lá no Ministério do Meio Ambiente”, disse Mourão.
As emissões de gases causadores do aquecimento global do Brasil estão diretamente ligadas ao desmatamento. De acordo com o relatório apresentado no início de novembro pelo Observatório do Clima, em 2019 (dado mais recente), ocorreu uma alta de 9,6% – 44% dos gases ligados ao uso da terra, principalmente perda de floresta.
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