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Desemprego diante da pandemia tem alta pela 5ª semana seguida, aponta IBGE

Entre a primeira semana de maio e a segunda semana de junho, aumentou em cerca de 2 milhões o número de desempregados no país. Informalidade, que segura a ocupação, volta a ter queda após duas altas consecutivas. Pandemia segue afetando o mercado de trabalho, com trabalhadores demitidos, afastados ou em trabalho remoto, segundo o IBGE
Agência Brasil
O desemprego diante da pandemia do novo coronavírus teve queda pela 5ª semana consecutiva com o fechamento de cerca de 2 milhões de postos de trabalho neste período. É o que aponta um levantamento divulgado nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, cerca de 11,9 milhões de brasileiros estavam desempregados na segunda semana de junho, o que representa um aumento de, aproximadamente, 700 mil trabalhadores a mais na fila por um emprego no país na comparação com a semana anterior.
Já na comparação com a primeira semana de maio, a população desempregada aumentou em cerca de 2 milhões de pessoas – uma alta de 21% em cinco semanas.
A alta do desemprego foi observada em todas as grandes regiões do país. Na comparação com a primeira semana de maio, a alta mais expressiva foi observada no Centro-Oeste (27%). Nordeste e Sul também tiveram aumento maior que a média nacional – 23% em ambas as regiões.
No Sudeste o crescimento foi um pouco menor, de 20%. E a menor alta no desemprego ocorreu na Região Norte (11%).
Além da alta persistente no desemprego, o levantamento mostrou que:
a informalidade no mercado de trabalho voltou a ter queda após duas semanas de alta;
o contingente de trabalhadores afastados por causa do isolamento social segue em queda;
o número de trabalhadores em home office ou teletrabalho na pandemia se mantém estável.
Número de desempregados na pandemia do coronavírus aumenta a cada semana
Economia/G1
O levantamento foi feito entre os dias 7 e 13 de junho por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. A pesquisa não é comparável à Pnad Contínua, divulgada mensalmente também pelo IBGE e qua aponta os dados oficiais de desemprego do país.
Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas. Na última divulgação, a Pnad Contínua mostrou que, entre abril e maio, cerca de 7,8 milhões de postos de trabalho foram fechados no Brasil, chegando 12,7 milhões o número de desempregados no país.
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Afastamentos do trabalho seguem em queda
Na contramão do desemprego, os afastamentos do trabalho em função do isolamento social tiveram queda pela quinta semana seguida.
Com a flexibilização do isolamento social em diversas cidades brasileiras em junho, o IBGE estima que cerca de 1,1 milhão de pessoas que estavam afastadas do trabalho podem ter retornado a seus postos de trabalho entre a primeira e a segunda semana de junho.
De acordo com o estudo, na segunda semana de junho havia no país 12,4 milhões de pessoas afastadas do trabalho por causa da pandemia do coronavírus. Na semana anterior, esse contingente era de 13,5 milhões. Já na primeira semana de maio esse número chegava a 16,6 milhões, o que representa uma queda de 4,2 milhões em cinco semanas.
“Em relação à primeira semana de junho, o resultado pode significar algum retorno ao trabalho, mas também dispensa de pessoas dos seus trabalhos”, ressalvou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Viera.
Considerando o total de pessoas afastadas do trabalho durante a pandemia, 14,8% permaneciam distantes de seu local de trabalho na segunda semana de junho em função do isolamento social. Este percentual, que era de 19,8% na primeira semana de maio, teve queda semanalmente desde então.
Afastamentos do trabalho por causa do isolamento social têm queda semanalmente, segundo o IBGE
Economia/G1
Trabalho remoto estável
De acordo com a Pnad Covid-19, na segunda semana de maio chegou a 8,5 milhões o número de pessoas que trabalhavam remotamente por causa da pandemia do coronavírus – cerca de 400 mil pessoas a menos que o observado na primeira semana do mês.
Apesar da queda entre a primeira e a segunda semana de junho, o IBGE enfatizou que o contingente de trabalhadores em home office se manteve no mesmo patamar da primeira semana de maio, quando já havia sido mensurado o contingente de 8,5 milhões em trabalho remoto.
Informalidade volta a ter queda
A pesquisa mostrou, ainda, o número de trabalhadores informais chegou a 29,2 milhões na segunda semana de junho, o que representa uma queda de aproximadamente 500 mil em uma semana.
Na divulgação anterior, o IBGE havia destacado que a informalidade é que vem segurando o nível de ocupação no país. Na primeira semana de maio, o Brasil tinha 29,9 milhões de trabalhadores na informalidade, número que caiu para 28,5 milhões na terceira semana de maio, mas voltou a crescer nas duas semanas seguintes até registrar a queda na segunda semana de junho.
O IBGE considera como trabalhador informal aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.
A da taxa de informalidade caiu de 35,6% para 35,0% entre a primeira e a segunda semana de junho, o que o IBGE considera como estabilidade do indicador.
De acordo com a pesquisa, o nível de ocupação caiu de 49,3% na primeira semana de junho para 49% na segunda. A queda, no entanto, é considerada como estabilidade pelo IBGE. O número de ocupados na segunda semana do mês era de 83,5 milhões, cerca de 200 mil a menos que na semana anterior.

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