Em julho, as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registraram um déficit primário de R$ 9,283 bilhões, excluindo o impacto da antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas. Esse valor representa uma queda real de 75,3% em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Apesar dessa redução, o resultado ficou acima das expectativas do mercado, que previam um déficit de R$ 7,3 bilhões para o mês. No acumulado de janeiro a julho, o déficit primário alcançou R$ 77,858 bilhões, 5,2% abaixo do déficit de R$ 79,154 bilhões do mesmo período de 2023.
O resultado primário é a diferença entre receitas e gastos, excluindo o pagamento de juros da dívida pública. A meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pelo novo arcabouço fiscal é de um déficit primário zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB.
O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas de julho projetou um déficit primário de R$ 28,8 bilhões para o Governo Central, equivalente a 0,1% do PIB, exatamente dentro da margem de tolerância permitida.
Mesmo com a arrecadação recorde deste ano, o governo congelou R$ 15 bilhões do Orçamento. Destes, R$ 11,2 bilhões foram bloqueados para cumprir o limite de gastos do novo arcabouço fiscal e R$ 3,8 bilhões foram contingenciados para não exceder a margem de tolerância fiscal.
Receitas e Despesas
Em julho, as receitas líquidas aumentaram 14,5% em valores nominais, e 9,5% ajustadas pela inflação. As despesas totais, por outro lado, caíram 1,8% em valores nominais e 6% ajustadas pela inflação. A queda nas despesas deve-se em grande parte ao calendário de pagamento do 13º salário da Previdência Social, que em 2024 ocorreu de abril a junho, ao contrário do ano passado.
Os gastos com o Bolsa Família e outras despesas obrigatórias aumentaram R$ 4,12 bilhões acima da inflação, assim como os gastos com créditos extraordinários e saúde. Já os gastos com o funcionalismo federal subiram 1,5% em termos reais, enquanto os pagamentos de precatórios diminuíram 36,2% ajustados pela inflação.
Os investimentos, que incluem obras públicas e compra de equipamentos, totalizaram R$ 44,068 bilhões nos sete primeiros meses do ano, um aumento de 43,7% em termos reais comparado ao ano anterior. Essa variação é atribuída à volatilidade no ritmo das obras públicas.
Fonte: agencia brasil
Foto: Tribuna do Norte
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