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De pai para filha: inovação marca sucessão familiar de aviário em SP

Luciana Dalmagro, que aos poucos recebe o comando da fazenda de seu pai, Paulo Portugal, ganhou o prêmio Mulheres do Agro em 2020 por modernizar a criação de frangos. Ela automatizou os sistemas de pesagem dos pintinhos, a medição de temperatura e implantou energia solar e biocompostador. De pai para filha: inovação marca sucessão familiar de aviário em SP
Em uma criação de frangos no município de Batatais, na cidade de São Paulo, uma sucessão familiar vem sendo feita aos poucos e com muita inovação.
Há 12 anos, a produtora Luciana Dalmagro, que é farmacêutica, decidiu dar uma virada em sua carreira e acompanhar os passos de seu pai, Paulo Portugal, no campo, que está transferindo comando da fazenda para a filha.
“Eu não estava feliz em São Paulo. Eu me sentia em um ambiente muito diferente do que eu fui criada”, diz Luciana.
“A hora que eu entendi que o fazendeiro se faz presente na vida das pessoas todos os dias com os alimentos na mesa, eu encontrei naquilo um propósito muito grande. E eu entendi que o agronegócio não é só um negócio. Ele tem um propósito muito maior do que isso”, diz Luciana.
A fazenda lida com gado de corte, mas o principal foco é a avicultura, que está sob o comando de Luciana. Desde que ela chegou, o negócio já cresceu bastante. Há 12 anos, eles produziam 100 mil aves por ciclo, volume que avançou para 500 mil. Por ano, são 3 milhões de aves. A maioria vai para o mercado externo.
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Todo esse ganho aconteceu aliando modernização de sistemas e sustentabilidade. Atualmente, o aviário tem, por exemplo, sensores que conseguem avaliar o comportamento dos pintinhos, medição digital de temperatura, aquecimento, pesagem e verificação da qualidade do ar automatizadas.
Tem ainda sistemas captação de água de chuva, três usinas de energia solar e biocompostador. E toda essa capacidade de inovação rendeu à Luciana, no ano passado, o prêmio Mulheres do Agro.
“Quando a gente falava há alguns anos que ia investir em sustentabilidade, a primeira coisa que as pessoas falavam era: olha, a produtividade provavelmente cai. E a gente viu que aqui foi o inverso”, diz ela.
“Eu não tenho dúvidas de que dá para ter um agro verde muito sustentável e muito produtivo, mas, para isso, o agricultor tem que internalizar esse modelo de sustentabilidade”, acrescenta.
Veja a seguir mais detalhes sobre o sistema de produção da fazenda.
Ambiente e controle de temperatura
Dentro do aviário, o primeiro indicador de que está tudo correndo bem é o comportamento das aves. Ao entrar em um galpão, o pintinho precisa estar uniformemente esparramado pelo galpão e expressando o seu comportamento natural: brincando, comendo e bebendo.
Para garantir essa ambiência, vários parâmetros são monitorados através de um painel, que recebe informações de sensores espalhados pelos galpões. Quando a pressão aumenta muito, por exemplo, são abertas janelas laterais para a entrada de ar de fora.
Outra condição importante é a temperatura. Por isso, a propriedade tem 5 sondas de temperatura digitais espalhadas pelo aviário. Se esse sistema falhar, entra em cena os analógicos, que ativam um painel secundário de backup imediatamente.
Sete galpões ainda dependem da queima de lenha na fornalha para fazer o aquecimento. Mas, em outros sete, o sistema é a gás e acionado automaticamente.
Pesagem
O sistema de pesagem dos pintinhos também é feito por um sistema inteligente. Foram instaladas duas balanças no aviário. Nelas, os bichinhos sobem e descem o dia inteiro. E nesse sobe e desce, o peso deles é registrado e enviado para um sistema de gestão remota.
O sistema conta com um algoritmo muito preciso. Ele tem um banco com uma análise de milhões de pesagens que entende que, quando o peso está muito alto, é porque tem muitos pintinhos. Mas, mesmo assim, consegue saber aproximadamente o peso de cada bichinho.
Com um sensor de CO2, os criadores conseguem ainda verificar como está a qualidade do ar.
Sustentabilidade
A família também instalou um sistema de captação de água de chuva. Três dos 14 galpões do aviário têm calhas por onde chega a água.
Agora, o momento é de seca na região, mas, quando chove, a água é levada através de um sistema de tubulação até a cisterna da fazenda, que tem capacidade para 3 milhões de litros.
Outra forma que Luciana encontrou para aproveitar uma fonte natural foi implementar três usinas de energia solar, que conseguem abastecer toda a avicultura. Com a fonte renovável, a propriedade economiza R$ 30 mil por mês.
O biocompostador é mais uma maneira de reduzir o impacto ao meio ambiente. É para lá que são destinadas as aves que morrem na criação.
Cerca de 400 animais morrem na criação todos os dias. No biocompostador, eles são triturados e misturados à serragem e ao bagaço de cana-de-açúcar. O material é levado para um cilindro com uma temperatura de 65º. Depois de 14 dias, o composto fica pronto.
“Com esse produto, a gente entra no conceito de economia circular, uma vez que a gente consegue utilizar esse adubo orgânico nas nossas próprias lavouras”, diz Luciana.
Saiba mais na reportagem completa no vídeo acima.
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