China é o principal parceiro comercial do Brasil. Segundo Yang Wanming, países são parceiros por não terem ‘atritos históricos’. Ministro e filho de Bolsonaro têm criado polêmicas sobre o país. Embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, concede entrevista coletiva virtual
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O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming , afirmou nesta sexta-feira (5) que os “críticos contumazes” da relação entre os dois países devem pensar “a longo prazo”.
Yang Wanming fez a afirmação ao conceder uma entrevista coletiva virtual nesta sexta. O embaixador não mencionou um caso específico, mas ressaltou que Brasil e China são parceiros comerciais porque não têm “atritos históricos”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Integrantes do governo e familiares do presidente Jair Bolsonaro, contudo, têm criado polêmicas porque acusam o país de envolvimento na pandemia do novo coronavírus (leia detalhes mais abaixo).
“Aconselhamos os críticos contumazes da China e das relações sino-brasileiras a considerarem mais os sentimentos dos dois povos e os interesses perante a parceria e amizade China e Brasil”, afirmou Wanming.
“É importante ter uma perspectiva de longo prazo porque a pandemia e as dificuldades são, hoje, transitórias. A razão pela qual a China e o Brasil são parceiros estratégicos é que não há atritos históricos nem conflitos de interesse das duas nações. Pelo contrário, os dois países compartilham uma vasta gama de interesses comuns”, acrescentou o embaixador chinês.
Wanming disse ainda que é hora de “superar as diferenças de cor da pele, história, cultura e sistema social para construir uma comunidade de futuro compartilhado para a humanidade”.
Segundo ele, a China ajuda 150 países e organismos internacionais sem buscar “vantagens geopolíticas ou econômicas, muito menos impor quaisquer condições políticas”.
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Polêmicas no governo Bolsonaro
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, é alvo de um inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal, que apura o suposto crime de racismo.
Sem apresentar provas, Weintraub fez insinuações em uma rede social de que a China poderia se beneficiar, propositalmente, da crise mundial causada pela pandemia do coronavírus.
Nesta quinta (4), o ministro prestou depoimento por escrito à Polícia Federal e disse que “não é mera ilação” afirmar que a China tem “participação” na crise.
Além disso, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que a “culpa” pela pandemia é da China.
Em resposta, o embaixador chinês no Brasiil exigiu pedido de desculpas por parte do deputado. A embaixada também disse que Eduardo contraiu “vírus mental” numa viagem aos Estados Unidos.
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Relação Brasil-China
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as relações comerciais entre Brasil e China “têm se caracterizado por notável dinamismo”.
“Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no País. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como BRICS, G20, OMC e BASIC (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente)”, afirma o Itamaraty em um texto publicado no site oficial.
Ainda de acordo com a pasta, o comércio bilateral entre Brasil e China saltou de US$ 3,2 bilhões em 2001 para US$ 98 bilhões em 2019 (em 2018 foram US$ 98,9 bilhões).
“A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2012, a China tornou-se o principal fornecedor de produtos importados pelo Brasil”, acrescentou a pasta, no mesmo texto.
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