Crise do coronavírus elevará dívida bruta do Brasil a 85% do PIB em 2020, diz secretário do Tesouro thumbnail
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Crise do coronavírus elevará dívida bruta do Brasil a 85% do PIB em 2020, diz secretário do Tesouro

Mas, para Mansueto Almeida, dívida é ‘totalmente suportável’ se mantidos compromissos com teto de gastos e reformas. Em 2019, dívida correspondeu a 75,8% do Produto Interno Bruto. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta terça-feira (14) que a dívida bruta do governo deve fechar 2020 em 85% ou mais do Produto Interno Bruto (PIB) em um cenário sem venda de reservas internacionais pelo Banco Central.
Apesar do nível elevado, Mansueto afirmou que a dívida é “totalmente financiável e suportável” se o governo mantiver o compromisso com o teto dos gastos e com a agenda de reformas.
Em 2019, a dívida bruta do Brasil caiu para 75,8% do PIB. Foi o primeiro ano de queda desde 2013.
A dívida bruta é uma das principais formas de comparação internacional. O indicador é acompanhado mais atentamente pelas agências de classificação de risco e também por investidores internacionais.
“Sem olhar no cenário de reserva – porque vender ou não reserva é decisão única e exclusiva do Banco Central –, vamos fechar com pelo menos 85%, 86% do PIB ou até mais. Isso é suportável? É, desde que você mostre que essa dívida vai entrar em uma trajetória de queda”, afirmou o secretário durante videoconferência transmitida pelo site Jota.
Esse crescimento da dívida é motivado principalmente pelas despesas do governo com as ações de combate à crise do novo coronavírus.
O secretário voltou a dizer, no entanto, que 2020 não é um ano para se ter preocupações com ajuste fiscal.
“O ajuste fiscal neste ano não é prioritário. O que é prioritário neste ano são recursos para a saúde, transferência de renda e gastos adicionais para manter empregos”, disse.
Títulos do Tesouro
Mansueto Almeida afirmou ainda que o Tesouro Nacional ainda não tem necessidade de emitir títulos para pagar as despesas motivadas pelo coronavírus.
Segundo ele, o governo ainda tem um “colchão de liquidez”, mas em algum momento terá de ir ao mercado pegar dinheiro emprestado para pagar as despesas da crise.
“Como temos um colchão de liquidez grande, não há necessidade de o Tesouro correr para pedir dinheiro emprestado para as pessoas. Em algum momento, a gente vai ter que voltar ao mercado e pedir emprestado de forma mais agressiva para pagar essas despesas. Mas agora não é o momento. A gente aguenta algumas semanas ou meses sem pedir dinheiro emprestado”, afirmou.
Déficit em 2020
Durante a entrevista, Mansueto afirmou que o projeto aprovado pelos deputados que recompõe durante seis meses (entre maio e outubro) – ao custo estimado de R$ 89,6 bilhões – as perdas de arrecadação dos estados e municípios relacionadas à pandemia do coronavírus, pode elevar o déficit fiscal de 2020 para R$ 600 bilhões.
Segundo Mansueto, a conta do projeto ficou aberta e, se a queda de arrecadação for superior a 30%, os gastos para fazer a recomposição da perda serão muitos maiores do que os R$ 90 bilhões estimados pela Câmara.
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