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Criadora de animais tenta desenvolver uma raça brasileira de minicabras

Thaís Tatini seleciona os animais com características desejáveis para reprodução. Brasil ainda não tem uma raça nacional da espécie. Criadora de animais tenta desenvolver raça brasileira de minicabras
Em Parelheiros, bairro no sul de São Paulo, a criadora de caprinocultura Thaís Tatini está trabalhando para desenvolver uma raça brasileira de minicabras. A produtora também participa de projetos sociais que envolvem a doação do animal de tamanho normal para ajudar famílias carentes.
Thaís começou a cuidar de cabras há 26 anos, depois que seu filho do meio nasceu. Como ele não podia tomar leite de vaca, a sua pediatra recomendou o de cabra, que seria mais fácil de digerir. Além de comprar o leite, a mãe do menino começou a frequentar exposições e assim viu pela primeira vez uma minicabra e a comprou.
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Durante todos estes anos, ela já chegou a desistir do ramo e virou dona de um petshop, porém retornou à caprinocultura.
Para isso, ela teve que adaptar a sua chácara para os animais. Por exemplo, uma cocheira, que servia como depósito, há 8 anos foi reformada para funcionar como maternidade e sala de ordenha.
Ainda hoje, o leite das cabras é para consumo próprio. Após o parto, as fêmeas ficam com as crias por um mês e depois começam a ser ordenhadas, sempre com a preocupação de deixar leite para os filhotes. Segundo a produtora, para obter 1,5 litros são necessárias 3 minicabras.
O leite também é usado na produção de queijos da irmã de Thaís, Andrea. São feitos diferentes tipos, como mozzarella, chancliche, brie, entre outros.
Para obter um quilo de produto, Andrea usa 4 litros de leite de cabra. Ela compara que se fosse fazer com leite de vaca, precisaria de 10 litros.
Características importantes
A propriedade possui 2 novos bezerros, com apenas 4 dias de vida. Cada um tem uma coloração diferente de pelagem. Isso é um fator importante porque a renda da criação vem da venda de minicabras como animais de estimação, assim a beleza e o tamanho contam muito.
Ao todo, cerca de 20 animais são vendidos por ano na chácara.
Entre as cabras de maior procura no mercado, estão as tricolores, que custam a partir de R$ 3.500. Já as brancas, pretas, cinzas ou brancas e pretas, que são maioria no Brasil, custam a partir de R$ 2.500.
Thaís conta que está realizando um estudo para entender qual cruzamento de cores gera tricolor e assim obter um rebanho apenas dele.
Reprodução selecionada
No Brasil não existe uma raça de minicabras reconhecida pelo Ministério da Agricultura e registrada na Associação Brasileira de Criadores (ABC). Existem apenas criadores da espécie que, ou fizeram algum tipo de importação, ou fazem uma seleção entre animais disponíveis aqui, como a Thaís.
Entre as minicrabras dela, a altura dos machos varia entre 45 cm e 50 cm. Já uma raça de tamanho normal, o macho mede de 80 cm a 95 cm.
Quem optar pela seleção entre espécies, não pode importar animais ou sêmen para agilizar o processo, isso é proibido por lei.
Mesmo fazendo o acasalamento entre rebanho próprio existem riscos, pois a consanguinidade, ou seja, a procriação de pai com filha, por exemplo, pode fazer com que genes indesejáveis se reproduzam e os animais nasçam com más formações.
Para fugir desse problema, Thaís se preocupa em fazer a seleção entre animais saudáveis e evitando o cruzamento entre parentes.
Ela conta que ainda não teve lucro com a procriação, porque os melhores animais são separados para serem reprodutores e repassarem as características desejadas.
Doação de cabras
Thaís também mantém um projeto social com a doação de cabras de tamanho normal e machos em miniatura.
O objetivo é usar as cabras leiteiras para dar autonomia para as famílias necessitadas.
Ao final de dois anos, as famílias beneficiadas têm que devolver o mesmo número de animais recebidos, que, então, serão encaminhados para uma nova família.
Saiba mais na reportagem completa nos vídeos acima.
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