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Covid-19: à espera de votar plano de recuperação, Hopi Hari usa MPs para evitar cortes e atrai 50 mil profissionais da saúde com ação

Presidente do parque diz que, apesar da falta de receitas, medidas adotadas foram suficientes para não demitir colaboradores. Assembleia votará proposta que inclui maiores credores. Parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP)
Karoline Porto/G1
À espera da assembleia de credores para votar uma nova versão do plano de recuperação judicial, o Hopi Hari, em Vinhedo (SP), diz que aplicou um “mix de ações” para evitar demissões no período de pandemia do novo coronavírus, incluindo duas medidas provisórias (MPs) publicadas pela União.
Apesar da dificuldade financeira ampliada pela falta de receitas desde o fechamento imposto pela quarentena no Estado, o parque decidiu oferecer ingressos gratuitos a profissionais de saúde atuantes na linha de frente contra a Covid-19, como forma de agradecimento, e já atraiu 50 mil cadastros.
‘Severamente afetado’
Ao G1, o presidente do Hopi Hari, Alexandre Rodrigues, afirma que os quase 700 colaboradores estão mantidos. Segundo ele, o estabelecimento criou um planejamento financeiro que considerou as MPs 927 e 936, que tratam respectivamente de flexibilização de normas trabalhistas e a suspensão de contratos de trabalho ou a redução salarial e de jornada para reduzir a folha de pagamentos. Além disso, também ocorreram suspensão de contratos, foram concedidas férias e uso do banco de horas.
“Vamos ter de remar todo o caminho percorrido de novo”, explica o presidente
Ele mencionar que o parque foi “severamente afetado” pela falta de visitantes no momento em que apresentava recuperação e planejamento para crescimento. O valor do prejuízo não é revelado, mas ele lembra que o segundo maior evento do parque de diversões estava programado para março.
Recuperação judicial
No ano passado, o parque contabilizou alta de visitantes e de receitas, mas as operações terminaram com um saldo negativo estimado em R$ 6 milhões. O balanço foi divulgado em fevereiro.
Além disso, o parque depende de uma assembleia de credores para aprovar um aditivo ao plano de recuperação judicial, que contempla os maiores credores. A dívida é estimada pelo Hopi Hari na faixa de R$ 300 milhões e a maior parcela é devida ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
Um plano chegou a ser aprovado em abril de 2019, mas depois foi contestado pela Justiça. Segundo Rodrigues, os efeitos da pandemia do novo coronavírus não geraram reflexos neste plano. A assembleia era prevista inicialmente pelo parque no período entre fim de maio e início de junho.
“Estamos alinhando com o Judiciário qual seria a melhor data para esta assembleia geral de credores, respeitando a quarentena […] O plano não será e nem mesmo precisará ser revisto. Iremos manter as mesmas condições atuais”, pondera o presidente do parque de diversões.
O pedido de recuperação foi feito em agosto de 2016, para evitar falência, e a reabertura foi em 2017.
Montanha-russa “Montezum”, uma das principais atrações do Hopi Hari, em Vinhedo (SP)
Karoline Porto/G1
Ação para profissionais de saúde
Em meio às dificuldades, o parque seguiu exemplos de outras empresas que buscam valorizar os profissionais ligados à área da saúde que trabalham de diferentes formas nas ações de enfrentamento da Covid-19. Para isso, criou um cadastro onde oferece um ingresso gratuito que pode ser usado por um mês, contado a partir da data de reabertura do Hopi Hari, por quantas vezes o visitante quiser.
“Estamos fazendo o que está ao nossa alcance, uma pequena demonstração de gratidão a estes profissionais. Médicos, enfermeiros, copeiros, limpadores, seguranças, ou seja, todos os que fazem parte desta missão para ajudar a população a sair desta pandemia”, destaca Rodrigues.
O parque não estipula data oficial para retomar as atividades. O cadastro deve ser feito no site oficial.
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