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Coronavírus pode fazer algumas empresas adiarem IPO, diz diretor da B3

Atualmente, 22 empresas estão na fila de levantar recursos por meio de lançamento de ações na bolsa. A disseminação do coronavírus pelo mundo, seus impactos na economia global, e também na atividade doméstica podem fazer com que algumas empresas que estão com operações de ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) decidam adiar a listagem. A avaliação é de Daniel Sonder, vice-presidente financeiro da B3.
“A gente vive um momento de maior incerteza, com o investidor mais avesso ao risco, em função da falta de clareza dos impactos [do coronavírus], que é um evento completamente inesperado. […] Mesmo nesses momentos o mercado não para de funcionar. Existe uma acomodação, algumas empresas podem seguir com a oferta, outras podem esperar esse momento passar, para ver como vai estar o valuation depois”, comentou em teleconferência com a imprensa para falar sobre os resultados da B3 no quarto trimestre.
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Atualmente existem 22 empresas na fila para o IPO e Sonder disse que o grande interesse mostra que elas têm planos de crescer e estão usando mais os mercados de capitais.
“Estamos bastante otimistas com o pipeline de ofertas no Brasil”.
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Ele não comentou casos específicos e disse que só pode falar de informações públicas. Até o momento, nenhuma oferta foi cancelada em função das condições do mercado por conta do coronavírus.
Do ponto de vista do investidor, Sonder afirmou que desde o ano passado o mercado vive um novo momento, com o ambiente de juros baixos levando mais pessoas a buscarem a renda variável. Isso deve continuar mesmo com as incertezas mais recentes.
“Vivemos um momento de neblina, então o investidor espera um pouco para saber onde isso vai resultar. […] Lá fora nós viemos de dez anos seguidos de crescimento dos mercados, então já havia uma certa conversa sobre qual seria o evento que dispararia um ajuste, e aconteceu agora.”
Em relação ao movimento de saída dos investidores estrangeiros da bolsa nos últimos meses, Sonder afirmou que o importante é ter um mercado saudável, com uma participação equilibrada de estrangeiros, investidores institucionais e pessoa física. “Em um momento o estrangeiro está mais avesso ao risco, não vê oportunidades, não investe no Brasil. Depois pode ser o contrário”.

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