As contas do setor público consolidado registraram superávit primário de R$ 4,3 bilhões em março deste ano, informou o Banco Central hoje (16). O valor abrange governo federal, estados, municípios e empresas estatais.
O superávit primário acontece quando as receitas com impostos superam as despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, o resultado é de déficit primário.
De acordo com dados oficiais, o resultado representa piora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 5 bilhões.
Segundo o BC, o superávit em março foi assegurado pelo resultado positivo nas contas de estados, municípios e estatais. Isso porque o governo federal registrou saldo negativo.
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, ainda segundo o BC, as contas públicas registraram um superávit primário de R$ 109,6 bilhões, novo recorde para o período.
No mesmo período do ano passado, o saldo positivo das contas públicas somou R$ 51,6 bilhões. A série histórica do BC tem início em dezembro de 2001.
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional – houve déficit de R$ 26,5 bilhões nas contas do setor público em março.
Já em 12 meses até março deste ano, o resultado ficou negativo (déficit nominal) em R$ 281 bilhões, o equivalente a 3,15% do PIB.
Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do déficit primário elevado, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação. Atualmente, após seis elevações seguidas, a Selic está em 12,75% ao ano, o maior valor em mais de cinco anos.
Fonte g1 – Alexandro Martello
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