Os dados mais recentes mostram que o desemprego no Reino Unido atingiu seu nível mais alto em dois anos. A taxa de desemprego cresceu para 4,1% no trimestre encerrado em julho, ante 3,9% anteriormente. E os jovens com idade entre 16 e 24 anos foram particularmente afetados. Hannah perdeu o emprego durante o lockdown no Reino Unido
HANNAH WEBB
Se você quer ter uma ideia de como o mercado de trabalho está difícil no Reino Unido agora, pergunte a Hannah Webb. Ela foi demitida durante o lockdown e fez 280 tentativas de conseguir um novo emprego.
Os dados mais recentes mostram que o desemprego no Reino Unido atingiu seu nível mais alto em dois anos. A taxa de desemprego cresceu para 4,1% no trimestre encerrado em julho, ante 3,9% anteriormente. E os jovens com idade entre 16 e 24 anos foram particularmente afetados: eles sofreram a maior queda no emprego em comparação com outras faixas etárias.
“Eu acordava quase todos os dias com um e-mail de rejeição. Era devastador”, disse Hannah, de 23 anos, ao programa Newsbeat, da BBC Radio 1. “Mas eu sabia que os tempos difíceis acabariam e eu encontraria trabalho dentro de seis meses.”
‘Tudo e qualquer coisa’
O trabalho anterior de Hannah era na área de aconselhamento profissional, o que tornava a situação que ela vivia amargamente irônica.
“Tendo trabalhado na área de carreiras, eu questionava minha capacidade de apoiar as pessoas no trabalho quando eu mesma estava sofrendo para encontrar emprego.”
Ela naturalmente começou a se candidatar a cargos nessa área em que tinha experiência. “Mas eu percebi que o mercado estava muito difícil e eu estava recebendo rejeição após rejeição.” Foi quando ela decidiu “ampliar a busca, candidatando-se a tudo e a qualquer coisa”. “De vendas no varejo e trabalho em depósito a entregas, eu estava me candidatando”, diz ela.
A “devastação” de Hannah com as constantes negativas era agravada pelo fato de que ela tem dois filhos pequenos para sustentar. “Eu não posso contar quantas vezes eu chorei e fui dormir preocupada sobre como eu faria as compras do mercado da próxima semana.”
Mas esse desespero a fez acreditar que acabaria por encontrar trabalho. “Eu não recusaria nada naquele momento, então eu sabia que, no fundo, estava fazendo tudo o que podia por eles.” “A única coisa que pude fazer foi confiar que encontraria trabalho e continuar me candidatando”, acrescenta ela.
Aprendendo com a rejeição
E o que mudou para Hannah finalmente conseguir um emprego mais de 280 inscrições depois? Depois de pedir feedback (o que ela recomenda que todos façam), Hannah percebeu que estava se apresentando abaixo do esperado.
“No início estava ansiosa e tensa, tentando me retratar como uma super profissional. Não estava deixando minha personalidade transparecer. E eles não teriam acreditado em mim porque eu mesma não acreditava no que estava dizendo na entrevista.”
Para aumentar sua confiança, ela começou a listar cinco coisas em que era boa e por que era boa nelas. “Fui gentil comigo mesma e isso garantiu que eu soubesse no que era boa.” E a mudança funcionou para ela, que finalmente conseguiu um emprego, de volta à área de aconselhamento profissional.
A procura de emprego pela qual Hannah passou tem sido positiva em sua nova função, dando ideias nas quais ela se baseia com frequência. “Isso me deu uma experiência prática de como nossa saúde mental é afetada (pelo desemprego), a dúvida que se instala.”
E qual conselho ela dá às pessoas que a procuram? “Eu sei o que é ser rejeitada. Portanto, a chave é persistir e saber que você pode fazer isso. Seja gentil com você mesma, pois você tem as habilidades e aptidões para os cargos aos quais está se candidatando”, acrescenta ela.
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