Documentos internos mostram que gigantes como ExxonMobil usaram campanhas de relações públicas contrariando o entendimento científico de suas próprias equipes a respeito do aquecimento global, semeando confusão e dúvida na mente do público em geral. Táticas dos fabricantes de cigarro usadas na indústria do petróleo
BBC
Enquanto as mudanças climáticas pautam debates na campanha eleitoral americana, empresas de energia estão sendo acusadas de tentar minimizar sua responsabilidade pelo aquecimento global.
Em junho, o procurador-geral do Estado americano de Minnesota processou a ExxonMobil, entre outras empresas, acusando-a de promover uma “campanha fraudulenta” que deliberadamente tentou sabotar a ciência que comprova o aquecimento global.
A seguir, a BBC mostra o que está por trás dessas acusações. E também como elas se assemelham à campanha promovida pela indústria tabagista para tentar, décadas atrás, esconder os malefícios do cigarro à saúde.
Para entender o que está acontecendo hoje, precisamos voltar quase 40 anos no tempo.
Naquele dia de 1981, Marty Hoffert aproximou os olhos de sua tela de computador. Ele mal conseguia acreditar nas próprias descobertas, que eram alarmantes.
“Eu havia criado um modelo que mostrava que a Terra se aqueceria de modo significativo”, diz ele à BBC. “E esse aquecimento produziria mudanças climáticas sem precedentes na história humana. Aquilo me surpreendeu.”
Hoje mais consolidado, o estudo climático dele era, na época, considerado em uma área científica de nicho. “Éramos apenas um bando de geeks com ótimos computadores”, ele lembra.
Hoffert foi um dos primeiros cientistas a criar um modelo prevendo os efeitos da ação humana sobre o clima. E ele o fez enquanto era empregado da Exxon, uma das maiores empresas de petróleo do mundo, que mais tarde faria uma fusão com outra, a Mobil.
Nos anos 1980, a Exxon gastava milhões de dólares em pesquisas inovadoras, na tentativa de tomar a dianteira do mercado enquanto cientistas começavam a entender que um planeta mais quente tornaria a vida bem mais difícil para os humanos.
Hoffert compartilhou seu modelo científico com seus gerentes, mostrando a eles o que poderia acontecer caso continuássemos a queimar combustíveis fósseis em nossos carros, caminhões e aviões.
Negando tudo
“A dúvida é nosso produto, já que ela é a melhor forma de competir com o ‘corpo de evidências’ que existe na mente do público em geral” sobre os males do tabagismo, diz documento; acima, propaganda de cigarro
Getty Images via BBC
Mas ele notou uma dissonância entre as descobertas feitas pela própria Exxon e os pronunciamentos públicos dos executivos da empresa. Entre eles o executivo-chefe, Lee Raymond, que dissera que “no momento, a evidência científica é inconclusiva quanto a se as atividades humanas têm um efeito significativo no clima global”.
“Eles (executivos) diziam coisas que contradiziam seus próprios grupos de pesquisa de ponta”, relata Hoffert.
Irritado, ele se demitiu da Exxon e acabou se tornando um dos principais pesquisadores acadêmicos da área climática.
“O que eles (Exxon) fizeram foi imoral. Eles espalharam dúvidas sobre os perigos das mudanças climáticas, enquanto suas pesquisas internas confirmavam a seriedade dessa ameaça.”
O que mudou? Primeiro, o verão de 1988, recordista de calor na época. Ao ganhar as manchetes nos EUA, a circunstância deu peso extra às advertências do cientista Jim Hansen, da Nasa, que dizia que “um efeito estufa foi detectado e está mudando nosso clima agora”.
Líderes políticos começaram a prestar atenção. A então premiê britânica, Margaret Thatcher, reconheceu que se tratava de uma nova ameaça global: “O desafio ambiental diante do mundo exige uma resposta equivalente de todo o mundo”.
Em 1989, o chefe de estratégias da Exxon, Duane Levine, preparou uma apresentação confidencial para o conselho da empresa – um entre milhares de documentos do arquivo da companhia que mais tarde seriam doados à Universidade do Texas em Austin.
A apresentação de Levine é um documento importante, comumente citado por pesquisadores que investigam a ação da Exxon na ciência das mudanças climáticas.
“Estamos começando a ouvir o inevitável chamado à ação”, diz o documento interno. Esse chamado, ele prossegue, exigiria “passos draconianos irreversíveis e custosos.”
“Respostas mais racionais vão exigir esforços para estender a ciência e aumentar a ênfase em custos e em realidades políticas.”
‘Enfatize a incerteza’
Kert Davies esmiuçou o arquivo da Exxon. Ele trabalhou anteriormente como diretor de pesquisas da ONG Greenpeace, onde analisava a oposição corporativa às mudanças climáticas. O trabalho o inspirou a criar o Centro de Investigações do Clima.
Ele explica por que a apresentação da Exxon é considerada tão importante.
“Em resumo, eles têm medo de que o público vai se opor a isso e promover mudanças radicais na forma como usamos energia e no negócio deles.”
Davies diz que esse medo transparece em outro documento encontrado nos arquivos: um que delineia o chamado “Posicionamento da Exxon”, determinando que se “enfatize a incerteza” sobre as mudanças climáticas.
Pesquisadores argumentam que esse foi o começo de uma campanha que ao longo de décadas moldou a opinião pública e espalhou dúvida sobre as origens do aquecimento global.
Em junho de 2020, o procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, iniciou um processo contra a ExxonMobil, contra o Instituto Petrolífero dos EUA (API na sigla em inglês) e contra as Indústrias Koch, os quais acusa de enganar o público sobre as mudanças climáticas.
O processo judicial argumenta que “documentos internos antes desconhecidos confirmam que os réus entendiam bem os devastadores efeitos que seus produtos causavam no clima”.
A acusação afirma que, mesmo tendo esse conhecimento, as empresas “se engajaram em uma campanha de relações públicas não apenas falsa, mas também altamente eficiente”, que serviu para “deliberadamente (sabotar) a ciência” climática.
As acusações – que a ExxonMobil diz serem “desprovidas de base e de mérito” – se sustentam em anos de pesquisas feitas por pessoas como Kert Davies e Naomi Oreskes, professora de história da ciência na Universidade de Harvard e coautora do livro Merchants of Doubt (em tradução livre, Mercadores da Dúvida).
“Em vez de aceitar as evidências científicas, eles tomaram a decisão de lutar contra os fatos”, ela afirmou.
E não se trata apenas da Exxon e suas ações passadas. No mesmo ano da apresentação de Levine, em 1989, muitas empresas de energia ou indústrias dependentes dos combustíveis fósseis se uniram na Coalizão Global do Clima, que protagonizou um agressivo lobby entre políticos e a imprensa dos EUA.
E mais: em 1991, o órgão comercial que representa as empresas de energia elétrica do país, o Edison Electric Institute, criou uma campanha chamada Conselho de Informação para o Ambiente (ICE em inglês), que almejava “reposicionar o aquecimento global como teoria (e não fato)”, segundo detalhes da campanha que foram vazados ao The New York Times.
“Eles promoveram campanhas publicitárias projetadas para minar o apoio público, escolhendo apenas alguns dados que os convinham para dizer ‘bem, se o mundo está esquentando, como é que (o Estado de) Kentucky está ficando mais frio?’ Faziam perguntas retóricas para criar confusão e dúvida”, argumenta Oreskes.
Suprimir o assunto
Assim como no debate climático décadas depois, o projeto (chamado “Whitecoat”, ou jalecos brancos) colocou cientistas para debater com cientistas
BBC
A campanha da ICE identificou dois grupos que seriam mais suscetíveis às peças publicitárias. O primeiro é o de “homens mais velhos e menos educados de lares maiores que não costumam buscar informações”.
O segundo grupo era de “mulheres mais jovens e de baixa renda”, que poderia ser alvejado com peças publicitárias feitas sob medida que comparava as pessoas preocupadas com o aquecimento global a galinhas histéricas de desenho animado.
O Edison Electric Institute não respondeu questionamentos da BBC sobre o ICE, mas afirmou que seus membros estão “liderando uma transformação de energia limpa e estão unidos em seu compromisso em obter a energia obtida do modo mais limpo o possível, o mais rápido o possível”.
Mas, de volta aos anos 1990, havia muitas campanhas do tipo.
“A não ser que as ‘mudanças climáticas’ deixem de ser um assunto”, diz uma das estratégias vazadas ao New York Times, “não haverá nenhum momento em que declaremos vitória”.
O objetivo era “identificar, recrutar e treinar uma equipe de cinco cientistas independentes para chegar à imprensa”.
Essa tática previa que, embora o público pudesse suspeitar da fala de executivos da indústria petrolífera, poderia confiar na visão de cientistas aparentemente independentes – mas que estavam recebendo dinheiro da indústria do petróleo.
Esses cientistas seriam levados a debates na TV, potencialmente confundindo o público em geral – que assistiria a pesquisadores se enfrentando entre si a respeito de temas complexos e ficaria sem saber em quem acreditar.
Bob Brulle, professor emérito da Universidade de Drexel (EUA), estudou o financiamento desse “contramovimento” que rebatia as mudanças climáticas. Brulle identificou 91 instituições que, segundo ele, negaram ou minimizaram os riscos do aquecimento global. E descobriu que, entre 2003 e 2007, a ExxonMobil deu a alguns deles US$ 7,2 milhões. O API, por sua vez, doou quase US$ 4 milhões.
Em seu relatório de cidadania corporativa de 2007, a ExxonMobil afirmou que interromperia as doações do tipo a partir do ano seguinte.
Muitos cientistas poderiam afirmar que esse dinheiro não influenciou seu trabalho e dizem ter outras motivações.
A maioria das organizações que negam as mudanças climáticas eram centros de estudo de direita, que já tendiam a defender ideais de desregulação de mercados. Esses grupos se tornaram convenientes aliados da indústria petrolífera, uma vez que combatiam ações pró-clima com base em sua ideologia própria.
Jerry Taylor foi durante 23 anos vice-presidente do Cato Institute, um dos grupos de direita que receberam financiamento da indústria petrolífera. Antes de deixar o cargo, em 2014, ele fez diversas aparições em programas de TV e rádio, insistindo que a ciência das mudanças climáticas era incerta e que não havia necessidade de agir.
Hoje, ele diz perceber que seus argumentos eram baseados em uma má interpretação das evidências científicas e se arrepende do impacto que teve no debate.
“Durante 25 anos, céticos do clima como eu transformaram em uma questão básica de identidade ideológica que, se você acredita em mudanças climáticas, você é por definição um socialista”, diz ele. “É isso o que céticos do clima fizeram.”
O Cato Institute não respondeu aos questionamentos da BBC.
Esse racha ideológico tem enormes consequências. Pesquisas de opinião de maio de 2020 apontam que apenas 22% dos americanos que votam no Partido Republicano acreditam que as mudanças climáticas sejam fruto da ação do homem, contra 72% dos que votam nos democratas.
Infelizmente, muitos dos “cientistas especialistas” ouvidos por jornalistas na tentativa de equilibrar sua cobertura sobre mudanças climáticas estavam — assim como Jerry Taylor — baseando seus argumentos em ideologias, em vez de pesquisas sérias.
“Em geral, essas pessoas têm alguma credencial científica, mas não são especialistas em ciência climática”, diz Naomi Oreskes, de Harvard.
Quando ela começou a investigar os principais céticos do clima, incluindo Fred Seitz, físico nuclear e ex-presidente da Academia Americana de Ciências, descobriu que ele era profundamente anticomunista e considerava que qualquer intervenção estatal “colocaria os EUA na escorregadia ladeira rumo ao socialismo”. Ela também descobriu que ele fora ativo nos debates sobre regulação do tabagismo nos anos 1980.
“Aquele foi um momento ‘eureca’ para mim. Percebi que não se tratava de um debate científico”, conta Oreskes.
“Uma pessoa com expertise sobre mudança climática não poderia ser de forma alguma especialista sobre oncologia, saúde pública ou qualquer assunto ligado ao tabagismo. O fato de que as mesmas pessoas estavam se envolvendo em ambos os debates era uma pista de que algo suspeito estava acontecendo. É isso o que nos levou a descobrir um padrão de desinformação que é usada sistematicamente, de novo e de novo.”
Naomi Oreskes passou anos analisando os arquivos sobre tabagismo da Universidade da Califórnia em São Francisco, que contêm mais de 14 milhões de documentos tornados públicos depois da batalha legal contra as empresas produtoras de cigarro dos EUA.
E um padrão familiar emergiu. Décadas antes de a indústria de energia tentar solapar os esforços contra as mudanças climáticas, empresas de tabaco usaram as mesmas técnicas para questionar os elos científicos que emergiam, nos anos 1950, entre o fumo e o câncer de pulmão.
O poder da dúvida
Uma dessas histórias começa no Natal de 1953. No luxuoso Plaza Hotel, em Nova York, os principais executivos da indústria tabagista se reuniam para discutir a nova ameaça a seu modelo de negócios. Detalhes daquela noite de conversas tensas foram registrados em um documento escrito pelo guru de relações públicas John Hill, da empresa Hill and Knowlton.
Revistas então amplamente lidas, como Readers Digest e Time Life, começavam a publicar reportagens sobre as associações entre fumo e câncer. E pesquisadores desse tema começavam a ganhar atenção.
Como John Hill escreveu no documento de 1953, “vendedores da indústria estão totalmente alarmados, e a queda nas ações das empresas de tabaco causa grande preocupação”.
Hill recomendava combater ciência com a própria ciência. “Não acreditamos que a indústria deva cair no sensacionalismo. Não há (remédio) de relações públicas que conheçamos que vá curar os problemas da indústria.”
Um documento posterior da empresa tabagista Brown and Williamson resumiu a abordagem: “A dúvida é nosso produto, já que ela é a melhor forma de competir com o ‘corpo de evidências’ que existe na mente do público em geral”.
Naomi Oreskes diz que entender o poder da dúvida é vital.
“Eles haviam percebido que não conseguiriam vencer a batalha com uma falsa alegação que mais cedo ou mais tarde seria desmentida. Mas se você cria dúvida, já é o bastante – como as pessoas estão confusas sobre o assunto, há uma boa chance de que elas vão continuar fumando.”
Hill sugeriu que se fundasse o “Comitê de Pesquisa da Indústria do Tabaco”, para promover “a existência de visões científicas firmes que mostrassem que não há provas de que fumar cigarro causa câncer de pulmão”.
Assim como no debate climático décadas depois, o projeto (chamado “Whitecoat”, ou jalecos brancos) colocou cientistas para debater com cientistas.
Segundo Oreskes, o projeto tinha como objetivo financiar as pessoas que já pesquisavam outras causas de câncer ou problemas pulmonares, como amianto.
“O propósito desses programas não era avançar no conhecimento científico, mas sim criar suficiente confusão de modo que o povo americano duvidasse das evidências científicas existentes.”
Jornalistas foram um dos principais alvos da indústria tabagista. O Comitê de Pesquisas da Indústria do Tabaco realizava reuniões no Empire State para editores de grandes jornais, e chegou a persuadir um dos mais famosos jornalistas de rádio e TV da época, Edward R Murrow, a entrevistar seus especialistas.
Da mesma forma como aconteceria mais tarde com as mudanças climáticas, era difícil para o público formar uma opinião enquanto via cientistas de lados opostos.
Se a dúvida era o grande produto, ela parecia ser um grande sucesso. Durante décadas, nenhum dos processos legais contra as empresas de tabaco conseguiu avançar. Isso se deveu em parte à eficiência do Projeto Whitecoat, como concluiu um memorando interno da empresa tabagista RJ Reynolds, de maio de 1979.
“Graças a testemunhos com evidências científicas favoráveis, nenhum queixoso conseguiu obter um centavo de nenhuma empresa de tabaco em processos judiciais alegando que o fumo causa câncer de pulmão ou doenças cardiovasculares – mesmo que 117 desses processos tenham sido iniciados desde 1954.”
Mas a pressão sobre a indústria continuou a crescer. Em 1997, as empresas tiveram de pagar US$ 350 milhões em um acordo de um processo coletivo feito por comissárias de bordo que haviam desenvolvido câncer de pulmão e outras doenças, como fumantes passivas que respiraram a fumaça de passageiros que fumavam no avião.
O acordo abriu caminho para uma decisão judicial histórica de 2006, quando a juíza Gladys Kessler decidiu que as empresas de tabaco americanas eram culpadas de interpretar de modo fraudulento os riscos de saúde associados ao fumo.
Kessler detalhou como a indústria “promoveu e vendeu seus produtos letais com fervor, fraude e um foco único em seu sucesso financeiro, sem nenhuma preocupação com a tragédia humana ou os custos sociais”.
As empresas tabagistas acabaram perdendo sua batalha na tentativa de esconder os malefícios do fumo, mas o esquema desenhado por John Hill e seus colegas se mostrou muito eficiente.
“O que ele escreveu é o mesmo memorando que vimos em múltiplas indústrias depois dele”, afirma David Michaels, professor de saúde pública da Universidade George Washington e autor de The Triumph of Doubt (O triunfo da dúvida, em tradução livre), que detalha como as indústrias de pesticidas, plásticos e açúcares reproduziram as mesmas táticas.
“Chamamos isso de ‘manual de estratégias do tabaco’, porque a indústria tabagista foi tão bem-sucedida com ele. Fizeram um produto que matou milhões de pessoas pelo mundo, e a ciência a respeito disso era robusta, mas, por meio de uma campanha que fabricou incerteza, eles conseguiram primeiro retardar o reconhecimento formal do terrível impacto do fumo e depois atrasar a regulamentação e durante décadas vencer o litígio legal, com consequências obviamente terríveis.”
A BBC questionou a agência Hill and Knowlton sobre seu trabalho para empresas de tabaco, mas não recebeu resposta.
Em comunicado, a ExxonMobil afirmou que “alegações sobre as pesquisas climáticas da empresa são imprecisas e deliberadamente enganosas”.
“Durante mais de 40 anos, demos apoio ao desenvolvimento da ciência climática em parceria com governos e instituições acadêmicas. Esse trabalho prossegue hoje, de modo aberto e transparente”, diz a nota. “Deliberadamente selecionar comunicados específicos atribuídos a um pequeno número de empregados sugere erroneamente que conclusões definitivas foram alcançadas décadas atrás.”
A ExxonMobil acrescentou que, recentemente, venceu na Justiça um caso aberto pela Procuradoria Geral de Nova York, que acusava a empresa de fraude em seus comunicados sobre custos da regulação pelas mudanças climáticas.
Mas acadêmicos como David Michaels temem que o uso da incerteza para confundir o público e solapar a ciência já tenha contribuído para uma perigosa erosão da confiança pública em fatos e especialistas em todo o mundo, muito além da ciência climática ou dos perigos do cigarro.
Ele cita atitudes públicas perante questões modernas, como a segurança do 5G, a vacinação e o próprio coronavírus.
“Ao manipular e distorcer evidências científicas, os fabricantes da dúvida semearam em grande parte do público um cinismo perante a ciência, tornando muito mais difícil convencer as pessoas de que a ciência oferece informações úteis – em alguns casos, vitalmente importantes”, ele diz.
“Não há dúvida de que a desconfiança da ciência e de cientistas torna muito mais difícil conter a pandemia do coronavírus.”
Pelo visto, o legado do “manual de estratégias do tabaco” continua firme.
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