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Comitê da FGV que estuda ciclos econômicos sinaliza que Brasil entrou em recessão no 1º trimestre

Codace indentificou o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres — entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019. O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV), identificou, na sua última reunião, na sexta-feira (26), a ocorrência de um pico no ciclo de negócios brasileiro no quarto trimestre de 2019.
“O pico representa o fim de uma expansão econômica que durou 12 trimestres — entre o primeiro trimestre de 2017 e o quarto de 2019 — e sinaliza a entrada do país em uma recessão a partir do primeiro trimestre de 2020”, informou, em comunicado, o grupo, ligado ao Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV.
Há diferentes maneiras de definir uma recessão. A chamada recessão técnica é registrada quando o Produto Interno Bruto (PIB) de um país cai por dois trimestres consecutivos.
Já o conceito usado pelo Codace considera que há recessão quando é observada uma queda generalizada no nível de atividade econômica, independentemente de haver dois trimestres seguidos de PIB negativo. São analisados indicadores como consumo, investimento, nível de emprego, desempenho da construção civil, importações e exportações, por exemplo.
O Codace também realizou a datação mensal da recessão de 2014-2016 ao identificar um pico em março de 2014 e um vale em dezembro de 2016. Isso significa que a recessão teria durado 33 meses, entre abril de 2014 e dezembro de 2016, a mais longa já registrada no país, superando a recessão de 1989-1992, que durou 30 meses.
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Rodrigo Sanches/G1
O Codace foi criado pela FGV em 2004 com a finalidade de determinar uma cronologia de referência para os ciclos econômicos brasileiros, estabelecida pela alternância entre datas de picos e vales no nível da atividade econômica. A fase cíclica marcada pelo declínio na atividade econômica de forma disseminada entre diferentes setores econômicos é denominada recessão. A fase entre um vale e um pico do ciclo é chamada expansão.
O Codace é formado por oito membros com conhecimento em ciclos econômicos. Embora tenha sido criado e receba apoio operacional da FGV, a FGV destaca que as decisões do Comitê são independentes. No comunicado desta segunda-feira, o comitê também informou a entrada de dois novos membros: os professores Fernando Veloso, em substituição a Regis Bonelli, e Vagner Ardeo, na condição de membro secretário sem direito a voto.
Além deles, estiveram presentes na reunião os especialistas: Affonso Celso Pastore, diretor da AC Pastore & Associados, como coordenador; Edmar Bacha, diretor do Iepe-Casa das Garças; João Victor Issler, professor da FGV/EPGE; Marcelle Chauvet; professora da Universidade da Califórnia; Marco Bonomo, pofessor do Insper; e Paulo Picchetti, professor da FGV/EESP e pesquisador do FGV/IBRE.

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