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Meio Ambiente

Com termômetros acima dos 40°C, onda de calor deixa França em estado de alerta

Alta já é registrada em 13 departamentos franceses, mas temperaturas devem aumentar nesta sexta. Uma mulher usando máscara protetora caminha em Biarritz, no litoral da França, em 30 de julho de 2020
Gaizka Iroz/AFP
Os termômetros poderão chegar aos 40 graus à sombra em algumas regiões da França nesta sexta-feira (31), alertam os meteorologistas. O país vive mais um episódio de picos de temperatura, o que obriga as autoridades a colocar treze departamentos em alerta laranja.
Os franceses poderão sentir na pele a diferença: o clima estará mais quente, durante o dia, e menos frio, à noite. Picos de calor são esperados em todo o país já a partir desta quinta-feira (30), com termômetros atingindo 41°C em algumas regiões.
Aquecimento global causará ondas de calor ainda mais intensas na Europa
“As temperaturas máximas atingirão entre 30°C e 35°C na metade norte do país, entre 35°C e 40°C, na metade sul”, alerta Météo France, órgão de referência para previsões meteorológicas.
Seis departamentos haviam sido colocados em alerta laranja para ondas de calor: Ardèche, Drôme, Isère, Rhône, Savoie e Haute-Savoie. “No vale do Rhône, esperamos entre 22°C e 24°C à noite”, alerta a agência meteorológica.
Na tarde desta quinta, mais sete departamentos entraram para a lista em razão de episódios de forte calor: Ain, Côte-d’Or, Doubs, Jura, Loire, Haute-Loire, Saône-et-Loire.
‘Pico de calor’ é diferente de ‘onda de calor’
De acordo com os meteorologistas, essa onda de calor vai embora tão rapidamente quanto apareceu: os dias já serão mais amenos neste fim de semana, com temperaturas caindo mais de 5°C. Não cabe falar, portanto, em uma “onda de calor”, ou canícula como dizem os franceses.
De fato, o “pico de calor” pode ser distinguido da “onda de calor” por sua duração: enquanto o primeiro não se estende além de um dia, a onda de calor dura pelo menos três dias, período em que as temperaturas noturnas não caem abaixo de 20°C.
Desde a primavera no hemisfério norte, a França já experimentou vários picos de calor como este. Os primeiros episódios ocorreram em abril, levando o país ao início de ano mais quente já registrado.
Como explicar, então, esses repentinos aumentos de temperatura? Geralmente, as massas de ar quente chegam do deserto do Saara para subir em direção à França, empurradas pelos ventos. “Desta vez, o ar quente chega da Espanha e atravessa os Pirineus para estagnar em um anticiclone”, explica Jean-Yves Choplin, meteorologista da Météo France.
O clima fica ainda mais quente localmente, quando as massas de ar já passaram por terras quentes e são aquecidas pelo sol. “É por isso que estará particularmente quente no vale do Rhône”, observa o meteorologista.
‘Ligação com o aquecimento global é inegável’
De acordo com Jean-Yves Choplin, em razão da recorrência, esses picos de calor estão diretamente relacionados às mudanças climáticas. “Se fosse um fenômeno isolado, poderíamos falar de um acidente meteorológico sazonal, como sempre existiu”, observa o meteorologista em entrevista à emissora Franceinfo.
“Mas quando fenômenos como esse se multiplicam e se estendem a seis meses com temperaturas acima das médias sazonais, desde o início do ano, o vínculo com o aquecimento global é inegável”, conclui.
O mês de julho registrou um grau acima da média. Depois de 2018 e 2014, 2019 foi o terceiro ano mais quente da França continental, tendo sido marcado por dois episódios excepcionais de ondas de calor e uma alta histórica de 46° C, registrada no sul do país.

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