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Economia

Com queda em demanda por etanol, produção de açúcar tem alta de 49,9% no Centro-Sul, diz Unica

Em um ano, participação do subproduto da cana saltou de 34,89% para 46,69%. Volume de combustível processado nas usinas registra baixa de 5,88% desde início da safra. Açúcar responde por 46% da produção das usinas no Centro-Sul, aponta Unica
Ronaldo Oliveira/EPTV
As usinas da região Centro-Sul do país acumulam uma alta de 49,9% na produção de açúcar desde o início da safra 2020/2021, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (24) pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).
Com uma participação maior em relação ao ciclo anterior, quase equiparada à do etanol, o subproduto não só foi beneficiado pela qualidade da matéria-prima como também pela queda na demanda do combustível no mercado interno em função do isolamento social contra a pandemia da Covid-19, avalia a entidade.
O relatório da Unica aponta que, desde abril até a primeira quinzena de julho, 16,31 milhões de toneladas de açúcar foram produzidos, diante de 10,88 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado. Somente nas duas primeiras semanas deste mês, a produção foi de 3 milhões de toneladas, com um incremento de 55% em comparação com a safra anterior. Na quinzena anterior, essa elevação tinha sido de 23,3%.
Com o resultado, em um ano a participação do subproduto nas usinas da região que concentra 90% do processamento de cana do país, saltou de 34,89% para 46,69%, quase equiparado ao mix do etanol, que no mesmo período caiu de 65,11% para 53,31% e acumula baixa de 5,88% na produção em relação ao ciclo 2019/2020 resultante de quedas em suas diferentes formulações:
O etanol hidratado, variedade utilizada diretamente no abastecimento dos carros, manteve na primeira quinzena de julho o mesmo patamar de produção da safra passada, mas acumula desde abril uma baixa de 3,35%: são 8,63 bilhões de litros contra 8,9 bilhões um ano antes.
O etanol anidro, que vai na mistura da gasolina, teve baixa de 7% somente nas duas primeiras semanas de julho e acumula uma redução de 11,6% desde abril, com 3,49 bilhões de litros diante de 3,9 bilhões que tinham sido registrados no período correspondente ao ciclo de 2019.
Queda em demanda
Para a Unica, parte da ascensão do açúcar, diante dessa redução no etanol, é associada à baixa demanda pelos combustíveis no mercado interno.
Dados compilados pela entidade, com base em informações preliminares da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam para uma queda de 12,7% no consumo de gasolina e de 16,7% no etanol hidratado no primeiro semestre.
Na primeira quinzena de julho, as usinas do Centro-Sul comercializaram 1,19 bilhão de litros de etanol, 14,17% a menos que no mesmo período em 2019.
O total inclui os saldos do etanol hidratado – com baixa de 19,23% – e anidro – com queda de 2,28%, além do álcool destinado a fins sanitários, o único que teve alta nas vendas, na ordem de 50,8%, graças à pandemia do novo coronavírus.
Moagem e qualidade da cana
Também associadas ao bom desempenho do açúcar, a moagem da cana-de-açúcar e a qualidade da matéria-prima processada acumulam altas na safra 2020/2021.
Desde abril até 15 de julho, as usinas registram uma moagem de 275,95 milhões de toneladas, o que representa 6,52% a mais em comparação com o mesmo período em 2019. Somente na primeira quinzena de julho, quando houve incremento de 13,52%, foram 46,54 milhões de toneladas.
O índice de concentração de açúcares totais (ATR) por tonelada de cana – que avalia a qualidade da matéria-prima – também é superior ao da safra passada: cada tonelada rende hoje 132,91 quilos de ATR, 5,20% a mais do que em 2019, com 126,36.
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