Segundo a Secretaria da Receita Federal, arrecadação federal somou R$ 137,9 bilhões em março. No primeiro trimestre, valores arrecadados totalizaram R$ 445,9 bilhões, também recorde histórico. A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais acelerou em março, quando foi registrado um aumento real (descontado a inflação) de 18,49% contra o mesmo mês de 2020, para R$ 137,932 bilhões no mês passado, informou a Secretaria Receita Federal nesta terça-feira (20).
Segundo números oficiais, esse foi o melhor resultado para meses de março desde o início da série histórica. No mesmo período do ano passado, a arrecadação somou R$ 116,410 bilhões. Os valores foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A arrecadação federal ainda não sentiu os efeitos da segunda onda da Covid-19 no Brasil, pois ela é resultado de fatos geradores de fevereiro. A pandemia começou a ser sentida novamente, com mais intensidade, em março deste ano, com possíveis reflexos na arrecadação de abril.
Além disso, de acordo com a Receita Federal, a arrecadação do mês passado foi influenciada por “recolhimentos atípicos” de, aproximadamente, R$ 4 bilhões, por algumas empresas de diversos setores econômicos no Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL).
As compras do exterior, de acordo com o órgão, também ajudaram na arrecadação. Em março, informou a Receita Federal, houve um aumento real de 50,92% no recolhimento do Imposto de Importação, para R$ 9,099 bilhões.
“Esse desempenho é explicado pelos seguintes fatores: elevação de 15,61% na taxa média de câmbio, de 24,72% na alíquota média efetiva do I. Importação e de 36,37% na alíquota média efetiva do IPI-Vinculado, combinada com a redução de 5,16% no valor em dólar (volume) das importações”, informou a Receita Federal.
Primeiro trimestre
Nos três primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 445,900 bilhões. O valo representa uma alta real (descontada a inflação) de 5,64% na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 426,287 bilhões) e novo recorde para o período.
De acordo com a Receita Federal, houve recolhimentos atípicos de R$ 10,5 bilhões em IRPJ e CSLL nos três primeiros meses deste ano, contra R$ 2,8 bilhões no mesmo período do ano passado, por empresas de diversos setores econômicos, o que ajudou o resultado de 2021.
Guedes comemora resultado
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o resultado da arrecadação em março e no primeiro trimestre deste ano. Segundo ele, os bons números, recordes históricos para esses períodos, mostram que a atividade econômica estava se recuperando novamente, mas acrescentou que a segunda onda da Covid-19 pode ter impacto no nível de atividade.
“A arrecadação é uma ‘proxy’ [aproximação] para o nível de atividade econômica da atividade. Estamos observando que os índices de atividades econômica do BC vieram bem acima do esperado, mostrando recuperação em todos setores, até mesmo o comércio superando a fase pré-pandemia. E índices de emprego formal mostram que o Brasil se levantou. foi derrubado pela pandemia, mas se recuperou em V e se recuperou novamente”, disse Guedes.
Segundo ele, é preciso acelerar o ritmo de vacinação para permitir um retorno seguro ao trabalho. “A melhor política fiscal [para as contas públicas] é vacina, vacina e vacina. Porque temos de garantir o retorno seguro ao trabalho da população brasileira. É possível que haja um impacto da segunda onda”, declarou. Ele disse que “novas camadas de proteção” à população, com o auxílio emergencial, programa de manutenção do emprego e crédito para microempresas, estão sendo adotados.
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