Após oficializar a saída de nove ministros que deixam os cargos para disputar as eleições de outubro deste ano, o presidente Jair Bolsonaro deu posse aos novos titulares em evento realizado hoje (31) no Palácio do Planalto, em Brasília.
Com a nova reforma ministerial, Bolsonaro tem, agora, apenas uma ministra mulher (Cristiane Britto, que assume o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Antes, eram três no primeiro escalão: Damares Alves, Tereza Cristina e Flávia Arruda, que deixaram os cargos.
“Eu quero agradecer aos ministros, desejar boa sorte, tenho certeza que serão vitoriosos, não por vocês, mas para o bem dos seus respectivos estados e para o bem do nosso país. Aos que estão chegando: tive reunião há dois dias e perguntei se tinha a certeza dessa decisão de assumir, porque não é fácil, são olhados com lupa e todos querem contribuir”, afirmou Bolsonaro.
“Eu falei: o ministério é de vocês, mas eu tenho poder de veto, se perceber algo que está acontecendo de errado ou que não está indo muito bem. Eu converso com vocês, portas abertas aqui. É uma tremenda responsabilidade e vocês sabem que uma gota d’água, o outro lado faz disso um tsunami, tentando acusa-lo de tudo. Sejam fortes e não aceitem ciladas de quem quer que seja. Todos os cargos são de vocês, não negociem, façam o que tem que fazer, sigam o exemplo de quem vocês pegaram o ministério agora”, completou.
No discurso de despedida do Executivo, Damares Alves, que comandava o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, argumentou que o governo federal não violou direitos e liberdades.
“Não houve, até aqui, e sei que enquanto Bolsonaro for presidente, nenhum retrocesso na política de direitos humanos no Brasil. O governo, em nenhuma política pública, violou direitos nessa nação. Não é o Executivo que está violando direitos e liberdades nessa nação”, afirmou.
O agora ex-ministro Rogério Marinho, que chefiava a pasta de Desenvolvimento Regional, discursou sobre as liberdades de opinião e de expressão, tema caro para o chefe do Executivo e sua base eleitoral.
“Valores que dizem respeito à forma como nos relacionamos com nossas famílias e sociedade. Valores que dizem respeito aos nossos traços, que são ancestrais, do que é essa sociedade, que é judaico-cristã. O estado é laico, mas temos o direito de sermos cristãos”, disse.
Na cerimônia, o ex-ministro Onyx Lorenzoni, que chefiava Trabalho e Previdência, fez uma oração.
No evento, estava presente o deputado federal Daniel Silveira (União Brasil-RJ), aliado de Bolsonaro. O parlamentar é alvo de decisão dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que determinou que ele coloque, às 15h, a tornozeleira eletrônica na Superintendência da Polícia Federal.
Veja, abaixo, quais ministros deixam a gestão Bolsonaro:
• Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional
• Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
• Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura
• Marcos Pontes, ministro da Ciência, da Tecnologia e das Inovações
• João Roma, ministro da Cidadania
• Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
• Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e da Previdência
• Gilson Machado, ministro do Turismo
• Flávia Arruda, ministra da Secretaria de Governo
Veja, abaixo, quem assume os ministérios na gestão Bolsonaro:
• Ministério do Desenvolvimento Regional: Daniel de Oliveira Duarte
• Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos: Cristiane Britto
• Ministério da Infraestrutura: Marcelo Sampaio
• Ministério da Ciência, da Tecnologia e das Inovações: Paulo Alvim
• Ministério da Cidadania: Ronaldo Vieira Bento
• Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: Marcos Montes
• Ministério do Trabalho e da Previdência: José Carlos Oliveira
• Ministério do Turismo: Carlos Alberto Gomes de Brito
• Ministério da Secretaria de Governo: Célio Faria Júnior
Também estava prevista a exoneração do ministro da Defesa, Braga Netto – cogitado para a cadeira de vice na chapa à reeleição de Bolsonaro. No entanto, a ordem ainda não foi publicada no Diário Oficial da União. No lugar dele, deverá assumir o atual comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Pelas regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os ministros devem renunciar ao posto até 2 de abril para disputar cargo eletivo.
As eleições estão marcadas para o dia 2 de outubro – data em que os brasileiros vão eleger presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais (exceto no DF, onde serão eleitos deputados distritais). Eventual segundo turno será realizado no dia 30 do mesmo mês.
Fonte: R7
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