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Ciclone causa perdas em até 95% das plantações de banana no Paraná, aponta boletim

Nos locais atingidos, de 50% a 100% das plantas foram derrubadas; agrônomo avalia que atividade levará cerca de um ano para se recuperar, com reflexos nos preços ao consumidor. Os bananais estavam se recuperando da forte estiagem que atingiu o Paraná e que havia debilitado as plantas
Arnaldo Alves/Arquivo AEN
Um ciclone extratropical que atingiu o Paraná em 30 de junho causou perdas em até 95% das plantações de banana no estado. Nos locais atingidos, de 50% a 100% das plantas foram derrubadas, provocando prejuízos imediatos aos produtores.
Até então, a expectativa era de uma safra promissora, conforme avaliação que consta no boletim divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.
De acordo com o relatório do engenheiro agrônomo do Deral Paulo Andrade, que atividade levará cerca de um ano para se recuperar, com reflexos nos preços ao consumidor. O agrônomo explicou que os cachos estavam “engordando” para a colheita.
Os bananais, segundo ele, estavam se recuperando da forte estiagem que atingiu o estado e que havia debilitado as plantas. Perdas também foram registradas desde o litoral norte do Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina e chegando ao litoral sul de São Paulo.
O relatório indica que a produção nacional para este ano estava estimada em 6,8 milhões de toneladas de banana colhidas em 458,9 hectares, conforme o IBGE. O Paraná é o 11º no ranqueamento, respondendo por 2,5% da produção nacional.
Ainda de acordo com a análise do agrônomo, entre os atingidos no estado estão dois maiores produtores, que ficam em Guaratuba, no litoral, e em São José dos Pinhais, na região de Curitiba.
Mesmo assim, no curto prazo a avaliação é de que aumente a oferta do produto, visto que os cachos com menores danos serão selecionados e irão ao mercado.
O relatório também aponta que o prejuízo não se limitou às plantações, atingindo casas de embalagem, barracões de máquinas e equipamentos, e residências.
“Ademais, a bananeira é caracterizada como cultivo perene, não possuindo cobertura do seguro rural, além de que parcela de pequenos produtores não acessam o crédito, ficando a descoberto frente a intempérie”, diz trecho.
O agrônomo afirma que há necessidade de prorrogação de créditos, tanto de custeio como de investimentos, e estudos sobre linhas emergenciais para os pequenos produtores.
Estragos causados pelo ciclone
O temporal de 30 de junho atingiu 14.392 pessoas em 70 cidades do o estado, de acordo com balanço da Defesa Civil. Foram identificados danos em 3.469 residências, e outras 18 casas foram destruídas.
A Defesa Civil também informou que 11 pessoas ficaram feridas durante a chuva com ventos fortes. Em Palmeira, nos Campos Gerais, um idoso morreu após ser atingido por uma telha durante o vendaval.
Em todo o estado, segundo o balanço oficial, 280 pessoas ficaram desalojadas, que é quando o morador precisa sair da casa, mas encontra abrigo com familiares ou amigos. Outras 20 pessoas ficaram desabrigadas, situação em que precisam de vagas em abrigos públicos.
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