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Chefe do FMI alerta para 'geração perdida' se países de baixa renda não tiverem mais ajuda

Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional diz que “países em desenvolvimento estarão em uma situação muito difícil desta vez” e pediu mais contribuição de economias fortes e instituições internacionais. Kristalina Georgieva, candidata da União Europeia à diretoria do FMI
Sergei Karpukhin/Reuters
A chefe do FMI apelou a economias avançadas na sexta-feira para que forneçam mais recursos a países de baixa renda, alertando sobre uma “Grande Divergência” no crescimento global que pode colocar em risco a estabilidade e levar a agitações sociais pelos próximos anos.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, afirmou a jornalistas que 50% dos países em desenvolvimento correm risco de ficar ainda mais para trás, aumentando a preocupação com estabilidade e agitações sociais.
Para evitar problemas maiores, países ricos e instituições internacionais deveriam contribuir mais, afirmou ela. A diretora também pediu que países altamente endividados busquem reestruturações de dívidas o mais rápido possível e tentem melhorar as condições para crescimento.
“Ano passado, o principal foco era no ‘Grande Lockdown’. Este ano, corremos o risco da ‘Grande Divergência’”, disse Georgieva a repórteres durante uma vídeo-conferência. “Estimamos que os países em desenvolvimento que estão há décadas convergindo em níveis de renda estarão em uma situação muito difícil desta vez”.
Recuos no padrão de vida em países em desenvolvimento tornariam muito mais difícil alcançar estabilidade e segurança para o resto do mundo, disse.
“Qual é o risco? Agitações sociais. Você pode chamar de uma década perdida. Pode ser uma geração perdida”.
Georgieva afirmou que economias avançadas gastaram aproximadamente 24% do PIB em média para apoiar medidas durante a pandemia, em comparação com 6% em países emergentes e 2% em países de baixa renda.
Ex-executiva do Banco Mundial, Georgieva afirmou que as campanhas de vacinação têm sido desiguais, com os países mais pobres enfrentando “tremendas dificuldades”.
Apenas um país na África, o Marrocos, começou a vacinar seus cidadãos, disse ela, citando graves preocupações em relação à mortalidade crescente em muitos países africanos.
“Precisamos fazer tudo ao nosso alcance para reverter essa divergência perigosa”, disse, citando que países em desenvolvimento também podem ficar de fora de uma mudança profunda que está em andamento em países ricos, com uma migração para economias mais digitais e sustentáveis.
Ela disse que acelerar a vacinação poderia acrescentar 9 trilhões de dólares à economia global até 2025, com 60% dos benefícios indo para países em desenvolvimento.
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