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Cerrado registra quase 1,9 mil focos de calor a mais que a Amazônia em junho, aponta Inpe

O bioma registrou mais de 4 mil focos de incêndios durante o mês, a maior taxa para junho em 11 anos. Aldeia Tadarimana teve parte do território destruído pelo fogo em outubro de 2020.
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O Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) registrou 4.181 focos de calor no Cerrado em junho. É a maior taxa para o mês desde 2010, quando o bioma registrou 6.443 focos de calor no mês.
O fogo no Cerrado em junho também foi 58% maior em relação a maio, quando o Inpe detectou 2.649 focos de calor no bioma. Já na comparação entre junho de 2020 e junho de 2021, houve um aumento de 20%.
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Outra comparação que chama a atenção é com a Amazônia, que teve 2.308 focos de calor registrados pelo Inpe em junho. Ou seja, o Cerrado teve 1.873 focos a mais do que o bioma amazônico. Não é a primeira vez que o fogo se alastra mais pelo Cerrado do que pela Amazônia em um mesmo período. Um monitoramento do Instituto Centro de Vida de 2020 mostrou que o desmatamento na Amazônia está deixando a seca mais severa no Centro-Oeste do país, onde se encontra o Cerrado.
Avanço do fogo sobre o Cerrado preocupa
O aumento da seca e do fogo no Cerrado vem preocupando as autoridades. Em 2020, no pior momento da seca no bioma – foram 110 dias sem chuva entre junho, julho e agosto – os incêndios consumiram 70% dos 10 mil hectares da reserva indígena Tadarimana, em Rondonópolis, no Mato Grosso. 90% da mata na região foi queimada.
Por causa do desmatamento e do fogo, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2020, apontou que o Cerrado tem 1.061 espécies de plantas e animais ameaçados de extinção. Das 3.299 espécies ameaçadas de extinção no país, 19,7% estão no Cerrado, que é o segundo maior bioma do país.

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