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Buscas por vítimas do desabamento da ponte no Rio Tocantins avançam com localização de mais dois corpos.

Equipes da Marinha do Brasil e do Corpo de Bombeiros Militar dos estados do Maranhão, Pará e Tocantins localizaram, nesta quarta-feira (25/12), mais duas vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Estreito ( MA) e Aguiarnópolis (TO). Os corpos foram retirados de um dos caminhões que caíram no Rio Tocantins, totalizando agora seis vítimas. Até o momento, 11 pessoas seguem desaparecidas.

A operação, considerada de alta complexidade, conta com 29 mergulhadores especializados, incluindo seis da Marinha do Brasil. Segundo o Capitão-Tenente Kayo Cuevas de Azevedo Soares Torres, coordenador da operação, as buscas continuam sem prazo para o termo:
“Nosso trabalho é contínuo e enfrenta desafios técnicos, mas estamos preparados para seguir até localizarmos todas as vítimas.”

Desafios e riscos da operação
Os mergulhadores enfrentaram condições adversárias, como escombros submersos, objetos cortantes e autonomia limitada de mergulho de até 15 minutos. A presença de caminhões carregados com produtos tóxicos no local do acidente aumenta os riscos, incluindo possível contaminação do rio por ácido sulfúrico, agrotóxicos e outras emissões perigosas, como ácido clorídrico e hidróxido de sódio.

Além disso, os mergulhadores operam em profundidades de até 48 metros, utilizando a técnica de mergulho autônomo (com cilindros de ar). No entanto, o emprego da técnica de mergulho dependente, com fornecimento de ar pela superfície, pode ser necessário caso a contaminação seja comprovada, exigindo equipamentos específicos e rígidos protocolos de segurança.

A operação também exige descontaminação minuciosa após cada mergulho, com limpeza rigorosa dos equipamentos e isolamento de roupas para evitar contaminação cruzada. A Marinha disponibilizou um laboratório do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) para análise da qualidade da água, além de uma câmara hiperbárica móvel para emergências.

Apoios estratégicos e avanços nas buscas
A redução da correnteza, proporcionada pelo fechamento das condutas de uma represa na região, melhorou as condições de visibilidade, melhorando o avanço das buscas. O Capitão-Tenente Cuevas destacou a importância dessa mudança:
“A visibilidade segura foi um fator crucial, mas nossa equipe está preparada para atuar em condições extremas e cenários de alta complexidade.”

A operação conta com o helicóptero UH-15 (Super Cougar), embarcações, motos aquáticas e viaturas, além do apoio de militares especializados em Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR). Ao todo, 44 ​​militares da Marinha estão envolvidos diretamente na missão, com outros 20 participantes no planejamento logístico em Belém (PA).

O acidente e suas consequências
O desabamento parcial da ponte, ocorrido no último domingo (22/12), resultou na queda de pelo menos 10 veículos no Rio Tocantins, incluindo dois caminhões com cargas tóxicas. A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, construída em 1960, possui 533 metros de extensão e desempenha papel estratégico na ligação entre Maranhão e Tocantins.

As investigações sobre as causas do desabamento estão em andamento, enquanto as buscas seguem intensificadas para localizar as vítimas e mitigar os impactos ambientais.

Fonte:agência gov
Foto:O Globo

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