O Brasil ocupa o topo da lista dos países que mais pagam juros sobre a dívida pública, segundo relatório do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB). Em 2023, os encargos brasileiros com juros alcançaram 5,97% do Produto Interno Bruto (PIB), colocando o país à frente do México (5,83%) e da Índia (5,27%). A análise foi baseada em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), do JPMorgan e do Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Comparação com outros países
Apesar de liderar em custos proporcionais aos juros, a dívida bruta brasileira (84,67% do PIB) está abaixo de nações como Japão (252,36%), Argentina (154,54%), Itália (137,28%), Estados Unidos (122,15%) e França (110,64%). Contudo, o Brasil enfrenta um custo mais elevado para sustentar sua dívida, refletindo taxas básicas de juros mais altas, atualmente em 11,25%.
Impactos e preocupações
Segundo o presidente do FSB, Klaas Knot, os altos encargos com juros decorrem de fatores como políticas fiscais expansionistas e a perspectiva de crescimento da dívida. O relatório aponta que a dívida pública global cresceu a níveis históricos após a pandemia, combinando expansão fiscal e desaceleração econômica.
Além do peso sobre os governos, o custo da dívida afeta famílias e empresas, tornando as economias mais vulneráveis a choques financeiros. “Num contexto de juros elevados a longo prazo e crescimento econômico modesto, muitos mutuários permanecem expostos a riscos significativos”, afirmou Knot.
Desafios para países emergentes
Os países emergentes, como o Brasil, enfrentam desafios adicionais, pois os elevados encargos com juros podem aumentar o prêmio de risco, dificultando ainda mais o acesso a crédito e agravando o problema fiscal. O FSB alerta que, sem reformas financeiras consistentes e ajustes fiscais, o impacto pode se estender a toda a economia, limitando o crescimento e aprofundando as desigualdades.
A carta de Knot, enviada aos líderes do G20, enfatiza a necessidade de implementar reformas financeiras já acordadas, destacando que, no atual cenário de instabilidade global, inação pode ter consequências severas para as economias globais e locais.
Fonte:CNN Brasil
Foto:Política Alagoana
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