A presidência brasileira do G20 obteve uma vitória significativa com a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que recebeu o apoio de 82 países, além de organizações internacionais, instituições financeiras e ONGs. A iniciativa, lançada nesta segunda-feira (18/11) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro, tem como objetivo combater a fome e a pobreza em nações de baixa renda, beneficiando diretamente cerca de 500 milhões de pessoas.
Metas e compromissos
O principal propósito da Aliança é erradicar a fome e reduzir a pobreza extrema, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 e 2 da Agenda 2030 da ONU. A proposta foca em ações como:
Transferência de renda para populações vulneráveis;
Programas locais de alimentação escolar;
Apoio à agricultura familiar;
Ampliação do acesso ao microcrédito e ao sistema financeiro formal;
Fortalecimento da proteção social.
O texto final da declaração do G20 destacou que recursos e conhecimento suficientes já existem para erradicar a fome no mundo, mas o que falta é vontade política. “O G20, que representa 85% do PIB global, tem a responsabilidade de liderar esse movimento e acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, afirmou Lula.
Impacto global e estrutura da Aliança
Com sede em cinco regiões do mundo, incluindo Brasília (representando a América do Sul), a Aliança será liderada pelo Conselho de Campeões, um grupo de 18 países e organizações criadoras da ideia. Além do Brasil, fazem parte o Unicef, OCDE, WFP e países como China, Alemanha, Reino Unido e África do Sul.
A estimativa inicial é de que a iniciativa beneficie 150 milhões de crianças com alimentação escolar e leve recursos a populações de países de baixa renda.
Tributação dos super-ricos e consenso no G20
Outro marco da cúpula foi o consenso sobre a tributação dos 2% mais ricos do mundo, com a expectativa de arrecadar cerca de R$ 250 bilhões. Esses recursos serão destinados a financiar programas sociais, incluindo iniciativas da Aliança contra a Fome.
Mesmo enfrentando resistência inicial, o presidente argentino Javier Milei assinou o acordo no último momento. A decisão foi vista como um esforço para evitar o isolamento diplomático da Argentina, especialmente após críticas pela recusa em apoiar uma resolução sobre igualdade de gênero.
Liderança brasileira no G20
O sucesso da iniciativa consolida o protagonismo do Brasil no cenário global. Lula afirmou que a Aliança será “o maior legado” da presidência brasileira no G20, reforçando a relevância de combater a desigualdade e promover uma governança mais inclusiva.
Além disso, o grupo reiterou o pedido pelo fim das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, reforçando a necessidade de ações multilaterais para resolver crises globais.
Fonte: Correio Braziliense
Foto:o rio branco
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