Brasil e México, uma parceria econômica estratégica.
O grande potencial que representa a relação econômica entre Brasil e México é um desafio amplamente compartilhado pelos governos e setores privados dos dois países. Com um mercado que se aproxima de 340 milhões de consumidores, as duas maiores economias da América Latina deram passos importantes para estabelecer uma parceria estratégica.
Exemplos de avanços nessa direção são: o Acordo sobre Cooperação e Assistência Administrativa Mútua em Assuntos Aduaneiros (assinado em 23 de julho, 2018); o Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (entrou em vigor em 7 de outubro, 2018) e o livre comércio bilateral de veículos leves (em vigor desde 19 de março, 2019).
A instalação do Conselho Empresarial Brasil-México (10 de setembro, 2019); o protocolo que define um período de transição de três anos ao livre comércio de veículos pesados e suas peças (a partir de julho, 2023); e a abertura recíproca de mercados para as importações de arroz brasileiro e feijão mexicano (anunciada em 11 de maio, 2019), são outros fatos concretos do esforço que vem sendo feito nesse sentido.
Sem um amplo acordo comercial, Brasil e México coincidentemente ocupam a 7ª posição em participação no comércio exterior de cada país, com trocas por cerca de US $ 11 bilhões em 2019. O potencial dessas trocas poderia ser muito maior no caso que se concretize uma expansão significativa do Acordo de Complementação Econômica Nº 53 (em vigor desde 2003), que concede preferências a 795 produtos (150 agrícolas e 645 do setor industrial); ou seja, apenas 17% dos itens tarifários totais.
Brasil e México também poderiam ter papel estratégico na integração produtiva da América do Norte e da América do Sul, vinculando cadeias de valor por meio de produtos exportados por ambos os países. Como seria o caso, por exemplo, de autopeças brasileiras que poderiam servir de insumos para a indústria automotiva mexicana, que exporta fortemente para os Estados Unidos.
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