O governo brasileiro vê a prisão do oposicionista Edmundo González Urrutia, na Venezuela, como “inaceitável” e um “péssimo sinal”. Interlocutores próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressam preocupação com a crescente autoritarismo de Nicolás Maduro. O Brasil está considerando emitir uma nota oficial para manifestar sua apreensão, mas enfrenta um “dilema”: criticar Maduro sem provocar um isolamento internacional da Venezuela e mantendo aberto o canal de diálogo.
Embora o Brasil continue a não reconhecer a vitória de Maduro e a exigir a apresentação das atas eleitorais, não há intenção de endurecer a posição, como declarar a Venezuela uma ditadura ou reconhecer González como presidente legítimo. O governo brasileiro mantém cautela por três razões principais:
- Impacto Regional: A Venezuela compartilha fronteiras com Brasil e Colômbia, que podem enfrentar emigração em massa e tensões geopolíticas.
- Proteção de Refugiados: A embaixada da Argentina em Caracas, que abriga seis oposicionistas perseguidos, está sob custódia do Brasil, exigindo máxima cautela.
- Preservação do Diálogo: Manter a capacidade de diálogo com Maduro pode ser crucial para futuras negociações ou para intervir em nome dos direitos dos opositores.
No momento, o Planalto e o Itamaraty percebem que Maduro, apoiado por seu entorno, não está disposto a negociar, contrariando expectativas de uma possível saída negociada após as eleições de 28 de julho.
Fonte: CNN Brasil
Foto: edup.ecowas.int
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