Ibovespa saltou 30,2% no 2º trimestre, mas ainda acumula queda de 17,80% no ano. Fachada do prédio da B3, a bolsa brasileira, no Centro de São Paulo
Rahel Patrasso/Reuters
O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta nesta quarta-feira (1), com melhora nos mercados acionários no exterior e alta dos preços do petróleo, após desempenho robusto no último trimestre.
Às 11h19, o Ibovespa subia 1,70%, a 96.667 pontos. Veja mais cotações.
Já o dólar opera em queda, abaixo de R$ 5,40.
Na terça-feira, a Bolsa fechou em queda de 0,71%, a 95.055 pontos. Com isso, o índice teve o pior resultado semestral desde 2015, ao cair 17,80% no acumulado do ano. Por outo lado, teve alta de 30,2% entre abril e junho, marcando o melhor desempenho trimestral desde 2003.
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Cenário externo
Apesar da cautela dos investidores diante dos temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus, o dia é marcado por maior otimismo nos mercados, após dados melhores da zona do euro e esperanças de uma recuperação econômica mais rápida.
Relatórios divulgados nesta quarta-feira mostraram que a contração da indústria da zona do euro foi mais fraca do que o inicialmente calculado em junho, enquanto a atividade industrial da China cresceu a um ritmo mais forte depois que o governo suspendeu as medidas de restrição do coronavírus.
Os principais índices de Wall Street e os preços do petróleo subiam nesta quarta-feira.
Nos EUA, o relatório de emprego da ADP mostrou criação de 2,369 milhões de vagas no setor privado em junho, abaixo do esperado pelo mercado.
No Brasil, destaque para o Índice Gerente de Compras (PMI), que voltou a ficar acima da marca de 50 pontos, atingindo 51,6 em junho, segundo a consultoria IHS Markit. Em maio, o indicador ficou em 38,3. Em relatório, a consultoria diz que a pesquisa para o setor industrial brasileiro indicou um retorno ao crescimento tanto para o volume de produção quanto para o de novos pedidos, com os negócios começando a se recuperar dos efeitos adversos da pandemia.
Recuperação e perspectivas
A queda de 17,80% da bolsa no ano refletiu as incertezas provocadas pela pandemia do novo coronavírus no início de 2020. No primeiro trimestre, a bolsa chegou a ter um tombo de quase 37%.
Porém, o índice começou a se recuperar no segundo trimestre, impulsionado pela ampla liquidez global decorrente, principalmente, de medidas de vários países para combater os impactos econômicos da pandemia, mas também pela queda da Selic a mínimas históricas.
Um dos destaques para a performance das ações brasileiras no trimestre foi o fluxo histórico de pessoas físicas para a renda variável, apesar da forte volatilidade com a pandemia e cenário político turbulento no Brasil. E o mês de junho também mostrava fluxo positivo de estrangeiros até o dia 26.
Na visão do gestor Werner Roger, da Trígono Capital, o mercado tende a continuar com a disputa entre os que consideram a alta das ações exagerada, de que as economias ainda vão sofrer; e aqueles que avaliam que os estímulos e principalmente os juros baixos mudam o cenário.
“Principalmente aqui no Brasil, (a queda dos juros) mudou completamente o cenário, não restou muita opção de investimentos”, disse à Reuters, avaliando que ficou barato investir em renda variável e afirmando estar do lado do grupo que acredita que os níveis de preço no mercado se justificam.
Variação do Ibovespa em 2020
Economia/G1
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