De janeiro a setembro, a região registrou o maior número de focos de incêndio desde 2010, segundo o Inpe. O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (22) que convidará diplomatas estrangeiros a visitarem a floresta amazônica e que eles não verão “nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”.
“Estamos ultimando uma viagem Manaus-Boa Vista, onde convidaremos diplomatas de outros países para mostrar naquela curta viagem de uma hora e meia, que não verão em nossa floresta amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”, afirmou.
Bolsonaro deu a declaração na cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty.
Nesta quinta-feira (22), começou a valer a decisão do Ibama determinando a interrupção, em todo o país, das brigadas de incêndios florestais. De acordo com o órgão a medida foi motivada por “indisponibilidade financeira”.
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que o número de focos de incêndio registrados na Amazônia de janeiro a setembro deste ano foi o maior desde 2010. Naquele ano, foram 102.409 pontos de fogo na floresta de 1º de janeiro a 30 de setembro; em 2020, no mesmo período, foram 76.030.
Também de acordo com o Inpe, a Amazônia Legal teve uma área de 964 km² sob alerta de desmatamento em setembro, a segunda maior em cinco anos, mostram dados atualizados no início de outubro.
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
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A intenção de levar diplomatas para uma viagem à Amazônia foi anunciada em setembro pelo vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal.
Mourão decidiu organizar a viagem após receber carta assinada por oito países europeus que dizem que o aumento do desmatamento dificulta a compra de produtos brasileiros.
A ideia era realizar a viagem em outubro. Porém, o governo ainda não confirmou uma data. Mais de uma vez Mourão afirmou que o governo planeja levar à Amazônia um grupo de embaixadores de países de diferentes regiões, não apenas representantes de europeus.
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