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Economia

BC diz que retomada da atividade pode ser 'ainda mais gradual' e indica que juro básico pode subir

Informações constam na ata da última reunião do Copom, quando os juros básicos foram mantidos na mínima histórica de 2% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou que, por conta dos riscos associados à pandemia do novo coronavírus, a economia pode apresentar uma “retomada ainda mais gradual” e indicou que pode voltar a subir a taxa básica de juros no futuro.
As informações constam na ata de sua última reunião, realizada na semana passada, quando a taxa Selic foi mantida na mínima histórica de 2% ao ano. O documento foi divulgado nesta terça-feira (15).
Sobre o nível de atividade, o BC avaliou que a ressurgência da pandemia no curto prazo, e o consequente aumento do distanciamento social em algumas das principais economias, devem “interromper a recuperação da demanda”.
“No médio prazo, entretanto, os resultados positivos dos testes das vacinas, somados aos estímulos monetários e fiscais, podem implicar uma recuperação ainda mais robusta”, acrescentou.
Segundo avaliação do Copom, os programas governamentais de recomposição de renda têm permitido uma retomada relativamente forte do consumo de bens duráveis e do investimento.
Porém, acrescenta que a pouca previsibilidade associada à evolução da pandemia e ao “necessário ajuste dos gastos públicos a partir de 2021” (com o fim do auxílio emergencial) “aumenta a incerteza sobre a continuidade da retomada da atividade econômica”.
Alta de juros
Na ata de sua última reunião, o Copom afirma que, em breve, as condições para manutenção do chamado “forward guidance” – uma indicação futura de que o juro básico não subirá se se forem respeitadas certas condições – podem não ser mais atendidas.
Com isso, o BC indicou que os juros básicos podem voltar a subir no futuro, como já espera o mercado financeiro. Para os analistas dos bancos, a taxa Selic avançaria para 2,25% ao ano em agosto de 2021, para 2,5% em setembro, para 2,75% em outubro e para 3% ao ano em dezembro do próximo ano.
O Copom acrescentou, porém, que essa mudança de comunicação “não implica em uma elevação imediata da taxa básica de juros”, já que a economia ainda precisa de estímulos monetários.
“No cenário de retirada do ‘forward guidance’, a condução da política monetária seguirá o receituário do regime de metas para a inflação, baseado na análise da inflação prospectiva e de seu balanço de riscos”, informou o BC.

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