O encontro preparatório para a cúpula do G20, que deveria durar quatro dias, se prolongou para quase seis, refletindo o desafio de conciliar posições divergentes em temas polêmicos, como a guerra na Ucrânia, a crise na Faixa de Gaza, a tributação dos super-ricos e financiamento de políticas climáticas. Apesar do esforço, as delegações deixaram o local sem consenso total, e as negociações bilaterais seguem em andamento.
Maratonas noturnas e texto inconcluso
O esboço do comunicado final foi concluído às 5h da manhã deste domingo, mas sem avanços definitivos nos tópicos mais sensíveis. O texto, com parágrafos genéricos e notas de discordância, agora será submetido aos chefes de Estado. Para diminuir as investidas, a presidência brasileira planeja conduzir conversas reservadas em 16 salas preparadas no Museu de Arte Moderna (MAM), ouvindo individualmente cada delegação na tentativa de costurar um acordo diplomático mais sólido.
“Edição ao vivo” em clima de Zoom corporativo
A dinâmica das negociações trouxe um elemento curioso: um processo de edição ao vivo do texto. Em uma grande sala, a delegação anfitriã do Brasil controlava um arquivo de Word projetado em um telão, onde o cursor se movia freneticamente para incorporar sugestões ou ajustes das delegações presentes.
Frases como “vamos ao parágrafo 30” ou “retomemos o item 54” ecoavam pela sala, enquanto debates técnicos eram interrompidos por consultas internacionais. Expressões como “precisamos consultar Londres” ou “vamos falar com Buenos Aires” ilustraram a dependência de aprovação de chanceleres e líderes, especialmente com os diferentes horários, atrasando respostas que poderiam ser imediatas.
Conversa privada como estratégia final
Sem avanços em reuniões coletivas, a presidência brasileira aposta em diálogos individuais para destravar impasses. Essa estratégia visa alinhar expectativas, mapear concessões possíveis e, eventualmente, transformar as opiniões fragmentadas em um documento que reflita o consenso entre as principais potências globais.
Embora o processo tenha sido exaustivo, há otimismo de que os esforços brasileiros possam garantir um resultado decisivo quando os líderes se reunirem na cúpula.
Fonte:CNN Brasil
Foto:Portal Gov.br
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