País precisa de US$ 605 milhões a US$ 760 milhões para se recuperar, de acordo com a estimativa. Esta foto tirada em 19 de agosto de 2020, mostra um santuário cristão improvisado em memória de vítima da explosão no porto de Beirute, no Líbano
Joseph Eid / AFP
A megaexplosão no porto de Beirute causou entre US$ 6,7 bilhões e US$ 8,1 bilhões em prejuízos e perdas econômicas e o Líbano precisa urgentemente de US$ 605 milhões a US$ 760 milhões para se recuperar, de acordo com uma estimativa divulgada nesta segunda-feira (31) pelo Banco Mundial.
A explosão de 4 de agosto, que devastou vários bairros da capital libanesa, deixou mais de 100 mortos e 5 mil feridos.
A tragédia causou danos materiais na faixa de US$ 3,8 bilhões a US$ 4,6 bilhões, enquanto as perdas econômicas decorrentes da queda na produção dos diversos setores da economia representam entre 2,9 e 3,5 bilhões de dólares, de acordo com os resultados desta “avaliação rápida de danos e necessidades” (“Rapide damage and needs assessment”), realizada em conjunto com a ONU e a União Europeia entre 5 e 31 de agosto.
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Os setores mais gravemente afetados são habitação, transporte e patrimônio cultural (incluindo sítios arqueológicos, monumentos nacionais, teatros, arquivos, bibliotecas e outros monumentos), especifica o Banco Mundial em um comunicado que acompanha seu relatório, publicado na véspera da segunda visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao Líbano.
A instituição de Washington estimou as necessidades imediatas de reconstrução (até o final do ano) de 605 a 760 milhões de dólares e de 1,18 a 1,46 bilhões de dólares para o ano de 2021.
É o setor de transportes que mais precisa de atendimento, seguido por cultura e habitação.
Em um nível macroeconômico, o Banco Mundial observa que “a explosão resultou em três efeitos econômicos principais: perda de atividade econômica causada pela destruição de capital físico, interrupção do comércio e perda de receita fiscal”.
Como resultado, o Produto Interno Bruto do Líbano deve cair 0,4 ponto adicional em 2020 e 0,6 ponto no próximo ano, de acordo com suas previsões.
Mesmo antes da explosão, que destruiu ou danificou os domicílios de cerca de 300 mil pessoas, o Líbano enfrentava uma crise multifacetada (econômica, financeira e monetária) que, agravada pelos efeitos da pandemia de Covid-19, já havia levado o Banco Mundial a antecipar uma queda do PIB de 10,9% em 2020.
Mas “o desastre não só agravará a contração da atividade econômica, como também agravará a pobreza, que já afetava 45% da população pouco antes da explosão”, adverte.
Se o país, dada a sua “insolvência” e a sua “falta de reservas cambiais”, só pode contar com “ajuda internacional e investimento privado”, “deve implementar imperativamente um programa de reformas confiável para prevenir a corrupção e quebrar o domínio da elite”, considera a organização econômica.
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