Entre os fatores que explicam o resultado estão a alta demanda mundial por produtos básicos, como alimentos e minério de ferro, e a disparada do dólar, que barateia os produtos brasileiros no exterior. A balança comercial registrou superávit recorde de US$ 10,349 bilhões em abril, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (3).
O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Se ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
No mês passado, as vendas externas somaram US$ 26,481 bilhões e as compras do exterior totalizaram US$ 16,132 bilhões, segundo números oficiais.
Segundo o governo, esse é o maior superávit comercial para um único mês desde o início da série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio (hoje fundido à Economia), em janeiro de 1989.
Até então, o maior superávit mensal havia sido registrado em julho do ano passado, quando as exportações superaram as compras do exterior em US$ 7,601 bilhões (valor revisado).
O bom resultado, entre outros fatores, está relacionado à forte demanda mundial por produtos básicos, como alimentos e minério de ferro, além da disparada do dólar no Brasil – que torna as vendas externas brasileiras mais rentáveis.
O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse que as vendas de soja tiveram destaque no resultado de abril.
“Até março, o principal fator que explicava o aumento das exportações era o preço. Com esse grande aumento das quantidades [de embarques], chegou a esse bom resultado, com valor recorde exportado de mais de 26 bilhões de dólares. Destaco a agropecuária, sobretudo a soja. Chegamos a um volume de exportação de soja neste mês [de abril] de 17,4 milhões de toneladas, um recordo absoluto para embarque de soja”, afirmou Brandão.
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Parcial do ano
No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o governo informou que a balança teve saldo positivo de US$ 18,257 bilhões, valor 103,9% maior do que o registrado em no mesmo período de 2020, quando foi registrado um saldo positivo de US$ 8,955 bilhões.
De janeiro a abril, as exportações somaram US$ 82,130 bilhões, uma alta de 26,6% na média diária em relação ao mesmo período do ano passado, e as importações somaram US$ 63,873 bilhões, uma alta de 14%.
Segundo o Ministério da Economia, a média diária das exportações em abril deste ano foram 50,5% maiores na comparação com o mesmo mês em 2020.
Exportações e importações
Segundo o Ministério da Economia, as exportações cresceram 50,5%, pela média diária, em abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020.
Os dados oficiais mostram uma alta de 44,4% nas vendas externas de produtos agropecuários, de 72,3% na indústria extrativa e de 43,9% em produtos da indústria de transformação.
Na agropecuária, se destacaram as vendas de soja ( 43,1%); Algodão em bruto ( 112,8%) e café torrado ( 27,1%), enquanto que, nos semimanufaturados, avançaram as exportações de minério de ferro e seus concentrados ( 106,3%) e petróleo em bruto ( 49,2%).
Já as compras do exterior subiram 41,1% em abril deste ano. Nesse caso, cresceram as importações de produtos agropecuários ( 1,6%); da indústria extrativa ( 35,5%) e de produtos da indústria de transformação ( 42,6%). A comparação também foi feita contra abril do ano passado.
Previsão para 2021
O Ministério da Economia acredita que a balança comercial brasileira vai ter um superávit de US$ 89,4 bilhões em 2021. Se confirmado esse valor, o resultado será 75% maior que o obtido em 2020 e recorde para a série histórica.
A projeção da pasta é que as exportações cresçam 27% em 2021 e cheguem a US$ 266,6 bilhões. Já as importações devem crescer menos, 11,6%, atingindo US$ 177,2 bilhões.
Segundo o Banco Central, a balança comercial brasileira deverá registrar em 2021 um superávit de US$ 70 bilhões. Para o mercado financeiro, o saldo positivo deverá totalizar US$ 64 bilhões neste ano.
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