A revista científica Science elegeu o lenacapavir, um novo medicamento injetável que previne a infecção pelo HIV, como o maior avanço científico de 2024. Uma medicação inovadora, administrada em duas injeções a cada dois meses, demonstrou eficácia impressionante em ensaios clínicos: 100% de proteção em mulheres africanas e 99,9% em grupos diversos ao redor do mundo .
O lenacapavir foi bloqueado como etapas cruciais da replicação viral ao enriquecer a proteína da capsídea, que protege o material genético do HIV. Esse mecanismo, antes considerado inatingível, pode abrir portas para novos tratamentos de outras doenças virais, a publicação.
Um Divisor de Águas na Prevenção
Projetada inicialmente como terapia de resgate para pacientes com resistência a outros medicamentos, a versão injetável de longa duração do lenacapavir se destaca como uma alternativa eficiente à profilaxia oral diária e às injeções bimestrais. A revista Science destacou que a solução oferece maior adesão ao tratamento, especialmente para populações vulneráveis, estigma social e dificuldades de acesso a cuidados médicos.
“Este é um divisor de águas na luta contra o HIV”, escreveu H. Holden Thorp, editor da Science . Segundo Thorp, o lenacapavir tem potencial para reduzir significativamente a incidência do HIV em populações de alto risco.
Desafios e Potencial
Embora o medicamento represente um marco científico, sua implementação global dependerá de questões como acessibilidade, acordos de fabricação e infraestrutura de saúde nos países. A aprovação regulatória do lenacapavir está prevista para 2025 , e especialistas acreditam que ele pode contribuir para a diminuição do HIV/Aids como uma crise de saúde pública global.
Grupos de defesa de pacientes celebraram a descoberta, destacando a importância do medicamento em regiões de baixa renda. “O lenacapavir é uma mudança de jogo, especialmente para aqueles que enfrentam estigma e discriminação em países de menor poder aquisitivo”, afirmou a People’s Medicines Alliance, que representa organizações de mais de 30 países.
Combinado com outros avanços biomédicos, o lenacapavir traz esperança de um futuro com menos infecções pelo HIV e maior equidade no acesso a tratamentos preventivos.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:O TEMPO
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