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Ata do Fed frisa disposição das autoridades em relevar inflação futura

BC dos EUA prometeu manter sua principal taxa de juros próxima de zero até que o mercado de trabalho se aproxime do “pleno emprego”. Segurança passa em frente a uma imagem do Fed após reunião do Fomc em Washington, nesta quarta (27)
Reuters/Kevin Lamarque
Com um economia ainda cheia de marcas e que pode precisar de um longo tempo para se recuperar totalmente, as autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) debateram no mês passado como estabelecer as bases para que o público aceite uma inflação mais alta e também a necessidade de “ficar vigilante” para sinais de estresse nos mercados, que rondam recordes, de acordo com a ata da reunião de política monetária do BC dos EUA dos dias 26 e 27 de janeiro.
Em discussões que variaram entre as percepções do público sobre a inflação à imprevisibilidade das plataformas de negociação de ações de varejo do tipo Robinhood, as autoridades do Fed disseram que ainda estavam preparadas para manter sua política monetária acomodatícia para ajudar a restaurar um mercado de trabalho em dificuldades.
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Com a projeção de salto em determinados preços nesta primavera (nos EUA), “muitos participantes enfatizaram a importância de distinguir entre tais mudanças pontuais de preços relativos e mudanças nas tendências nos núcleos de inflação”, de acordo com a ata divulgada nesta quarta-feira (17).
Em uma tentativa de explicar ao público a diferença, “os participantes enfatizaram que era importante se abstraírem de fatores temporários que afetam a inflação — como baixas leituras de inflação deixando o intervalo de medição” — e de tendências de preços mais persistentes, mostrou a ata. Outros estavam preocupados com a possibilidade de sinais iniciais de estresse no sistema financeiro.
“Alguns poucos participantes afirmaram que seria importante ficar vigilante para garantir que o sistema bancário permanecesse forte e resiliente”, com “alguns participantes” observando o aumento de preços de ativos “que pode ter sido afetado por investidores de varejo negociando através de plataformas eletrônicas”.
Ainda assim, “os participantes observaram que a economia estava longe de atingir a meta ampla e inclusiva do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) de pleno emprego e que, mesmo com um ritmo acelerado de melhoria no mercado de trabalho, atingir essa meta levaria algum tempo”, mencionou a ata.
O Fed fez poucas mudanças a seu comunicado de política monetária em sua última reunião de janeiro e não divulgou novas projeções econômicas.
O banco central dos EUA prometeu manter sua principal taxa de juros próxima de zero até que a inflação esteja “no caminho para exceder moderadamente” sua meta de 2% e o mercado de trabalho esteja se aproximando do “pleno emprego” — compromisso que provavelmente manterá os juros baixos pelos próximos anos.
Além disso, o Fed prometeu continuar comprando mensalmente US$ 120 bilhões em títulos do governo até que haja “progresso substancial” em direção às metas de inflação e emprego.
Dado o progresso estagnado da economia nos últimos meses, isso pode significar que a política monetária do Fed permanecerá de forma geral em compasso de espera por um longo período, com as autoridades tecendo recentemente declarações públicas nas quais destacaram não terem pressa de abandonar o modo de combate à crise.
Isso significa uma promessa de olhar para além do que se projeta como aumento nos preços à medida que a pandemia arrefecer.
“Vamos ser pacientes”, disse o chair do Fed, Jerome Powell, em coletiva de imprensa após o fim da reunião de política monetária do mês passado. “Buscaremos uma inflação moderadamente acima de 2% por algum tempo… A maneira de obter credibilidade nisso é realmente fazendo. E é isso que estamos planejando fazer.”
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