Os autores do estudo se basearam dados de 78.000 horas de observações realizadas no Parque Nacional Kibale em Uganda, entre 1995 e 2016. Os machos mais velhos tinham amigos significativamente mais genuínos do que seus pares mais jovens.
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Quando se trata de amizades, os humanos são conhecidos por se tornarem mais seletivos com a idade. E o mesmo acontece com os chimpanzés machos, que têm menos amigos – mas mais genuínos – à medida em envelhecem, de acordo com um estudo publicado na revista Science nesta quinta-feira (22).
A pesquisa, liderada pela psicóloga animal Alexandra Rosati, da Universidade do Michigan, foi considerada a primeira evidência de que os animais exibem seletividade social relacionada à idade e pode nos ajudar a entender mais sobre por que os humanos também se comportam dessa maneira.
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Os autores do estudo se basearam em um enorme conjunto de dados de 78.000 horas de observações realizadas no Parque Nacional Kibale em Uganda, entre 1995 e 2016.
Eles relataram as interações sociais entre 21 chimpanzés machos selvagens (Pan troglodytes) com idades entre 15 e 58 anos.
Os machos foram escolhidos porque permanecem nas comunidades em que nascem, enquanto a maioria das fêmeas se dispersa para novos grupos quando se tornam sexualmente maduras.
Além de serem a nossa referência animal mais próxima, os chimpanzés são uma espécie ideal de comparação aos humanos porque vivem uma vida longa – às vezes até os 60 anos – e têm um amplo grau de escolha sobre com quem se relacionam.
Para estudar suas afinidades um pelo outro, a equipe desenvolveu um “índice de associação” que se baseava na frequência com que um macho dentro de um grupo se aproximava (menos de cinco metros) de outro macho, em relação a quanto eles se associavam com todos os membros do grupo.
A equipe estabeleceu três categorias: amigos mútuos, em que ambos mostraram preferência por sentar-se juntos; amigos unilaterais, na qual apenas um deles mostrou essa preferência e o outro não; e não-amigos, na qual nenhum dos dois lados preferiu um ao outro.
De acordo com as descobertas, os machos mais velhos tinham amigos significativamente mais genuínos do que seus pares mais jovens, cujas tentativas de amizade eram frequentemente mais desequilibradas.
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