Cientistas alertam que o degelo no Ártico durante o verão deste ano foi um dos piores da história. Navio da ONG Greenpeace navega pelo Ártico em 15 de setembro de 2020
Natalie Thomas/Reuters
A calota polar do Ártico registrou neste verão no Hemisfério Norte sua segunda menor área de superfície desde o início da série histórica, iniciada há 42 anos, disseram cientistas da Universidade de Colorado Boulder nesta segunda-feira (21).
O Centro Nacional de Neve e Gelo (NSIDC, na sigla em inglês) da instituição americana mediu apenas 3,74 milhões km² em 15 de setembro. Somente no verão de 2012, quando uma tempestade atingiu a calota ártica, foi registrado uma área ainda menor: apenas 3,14 milhões km².
A calota polar ártica é o manto de gelo que se forma no mar em altas latitudes. A cada ano, uma parte dessa camada derrete no verão para se formar novamente no inverno.
No entanto, a cada verão uma porção maior se derrete e não consegue ser reconstruída no inverno, reduzindo cada vez mais sua superfície. Cientistas atribuem isso ao aquecimento global. Os satélites observam essas áreas com muita precisão desde 1979, e a tendência de queda desde então é nítida.
‘Ano louco’
“Foi um ano louco no norte, com o gelo marinho quase no nível mais baixo da história, ondas de calor na Sibéria e enormes incêndios florestais”, disse Mark Serreze, diretor do NSIDC.
“Estamos caminhando rumo a um Oceano Ártico sem gelo sazonal”, lamentou.
O degelo não contribui diretamente para o aumento do nível do mar, já que o gelo já está na água. Ainda assim, quanto menos gelo, menos os raios solares são refletidos e são absorvidos em maior quantidade pelos oceanos — o que aumenta ainda mais a temperatura da água.
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