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Após Papa rejeitar proposta de ordenar padres casados, arcebispo de RO diz que igreja foca na 'ecologia integral' da Amazônia thumbnail
Meio Ambiente

Após Papa rejeitar proposta de ordenar padres casados, arcebispo de RO diz que igreja foca na 'ecologia integral' da Amazônia

Dom Roque Paloschi, também presidente do Cimi, faz parte do conselho pós-sinodal. Papa Francisco descartou ainda ordenação feminina. Dom Roque Paloschi.
Guilherme Cavalli/Cimi
Dom Roque Paloschi comentou sobre a decisão do Papa Francisco de não autorizar a ordenação de homens casados como padres na Amazônia, revelada na última semana. Segundo o arcebispo de Porto Velho, que é um dos membros do conselho pós-sinodal, o foco é em “novos caminhos à organização da igreja e para uma ecologia integral”.
Segundo o texto, Papa Francisco também descartou a possibilidade da ordenação do diaconato feminino. As duas medidas foram apresentadas durante o Sínodo para a Amazônia, que ocorreu em outubro do ano passado, no Vaticano. O objetivo dos bispos até então era suprir a falta de padres na região amazônica.
A possível ordenação de homens casados chegou a ser aprovada durante o encontro dos bispos por 128 votos a 41. Mas não foi mencionada na chamada “Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia” – que serve para instruir e encorajar os fiéis católicos, entretanto sem definir a doutrina da igreja.
Veja ponto a ponto as principais análises e propostas do Sínodo da Amazônia
“A proposta de ordenação de homens casados entrou sim de estudo. Para o diaconato feminino também. Mas o foco do Sínodo não era isso. Os novos caminhos em si eu não sei, mas sei que estamos convidados a caminhar juntos com outros irmãos e irmãs para a igreja na região amazônica à luz do documento final de outubro de 2019 e à luz também da exortação”, declarou Dom Roque, que também é presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Papa Francisco em audiência semanal no Vaticano.
Remo Casilli/Reuters
Na contramão da rejeição, Paloschi diz que Papa Francisco valoriza a proposta e pede que a reflexão sobre as possibilidades, que seguem em pauta na igreja há anos, continue sendo feita. Para o arcebispo, não é um ponto final.
“Ele não trancou. Ele prometeu dar continuidade a esse caminho de discernimento, de construção, de um caminho de uma igreja que seja para a comunhão e não para a divisão. Mas também não dá para dizer que pelo Papa não deu autorização, acabou. Não. A história continua. O caminho continua. Temos que acreditar nos caminhos de uma igreja em comunhão”.
Após o Sínodo à Amazônia, Dom Roque contou ao G1 que por 1.050 anos padres casavam. O arcebispo concordou que, hoje em dia, há comunidades que não têm a possibilidade de ter um ministro ordenado padre nas condições atuais determinadas pela Igreja Católica, como por exemplo, a celebração da eucaristia mais de duas vezes por ano.
“O atendimento da confissão, a unção dos enfermos e aquilo que é próprio do ministro ordenado. O sínodo apresenta para o Papa esse desafio”, disse à época.
Dom Roque Paloschi conversa com Papa Francisco durante o Sínodo dos bispos da Amazônia, no Vaticano.
Arquivo pessoal
Sínodo para a Amazônia
O sínodo que tratou sobre a Amazônia foi convocado em outubro de 2017 pelo Papa Francisco. A ideia, segundo o Vaticano, foi debater as dificuldades de a Igreja atender os povos da região, especialmente os indígenas. Bispos de nove países que fazem parte do bioma amazônico participaram da reunião.
Do grego “sýnodos”, significa reunião. Ou seja, pode ser qualquer reunião entre os católicos. Em 1965, Paulo VI criou o Sínodo dos Bispos. A ideia é reunir Papa e Bispos para discutir temas importantes de cunho religioso ou não. Sínodo dos jovens e família é o antecessor da Amazônica.
Papa Francisco com os participantes da assembleia especial do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia
Divulgação/Vatican News

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