Na COP 29, que começou nesta segunda-feira (11/11), o Brasil apresentou uma meta climática que visa reduzir em 67% as emissões de gases de efeito estufa até 2035, comparado aos níveis de 2005. A proposta, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pela ministra do Meio Ambiente Marina Silva, enfrenta críticas de ambientalistas que consideram a meta tímida e insuficiente para atender aos compromissos climáticos globais.
A Nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) promete uma redução de 850 milhões a 1,05 bilhão de toneladas de CO2 até 2035. O governo afirma que houve um aumento de ambição de até 29% em comparação com as metas de redução anteriores. No entanto, para organizações como o Observatório do Clima, a meta não está alinhada com a contribuição justa do Brasil para limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório, destacou a necessidade de o governo detalhar medidas concretas sobre desmatamento e redução de combustíveis fósseis, além de exigir maior transparência.
O Greenpeace Brasil também criticou o plano, considerando-o inadequado diante dos impactos da crise climática no país. A diretora Carolina Pasquali defendeu que, embora a meta seja baixa, o governo federal deve esclarecer como pretende cumpri-la, com destaque para compromissos como desmatamento zero e freio na exploração de novas jazidas de petróleo na Amazônia.
Desafios para a COP 30 e Papel do Brasil na Liderança Climática
Com a COP 30 prevista para acontecer em Belém, no Pará, em 2025, o Brasil enfrenta o desafio de organizar uma cúpula de alto nível em menos de um ano. Durante a COP 29 em Baku, será realizado o “COP 30 Day”, evento no qual o governo brasileiro apresentará os preparativos e discutirá a liderança para a cúpula. O embaixador André Corrêa do Lago, atual secretário de Clima, Meio Ambiente e Energia do Itamaraty, é um dos principais cotados para assumir a presidência da COP 30, embora a tradição indique que o cargo seja ocupado por uma autoridade ministerial, como Marina Silva ou o próprio Alckmin.
Financiamento Climático em Foco
O financiamento de ações climáticas também será um tema central na COP 29, com ênfase na necessidade de apoio financeiro para países em desenvolvimento. Claudio Angelo, do Observatório do Clima, afirmou que sem financiamento, muitas das metas ambientais desses países permanecem inviáveis. Angelo reforça que o Brasil, como próximo anfitrião, precisa demonstrar compromissos mais ambiciosos e soluções concretas para que se posicione como um líder climático global.
A expectativa é que o Brasil, como sede da próxima COP, apresente propostas que inspirem uma ação climática global mais robusta, atendendo às necessidades internas e às exigências de cooperação internacional.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Estadão
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