Foram 3.325,41 km², segundo sistema de monitoramento do Inpe, mesmo sem contabilizar os dados dos últimos 5 dias de junho. Embrapa flagra crime extração ilegal de madeira dentro de área de floresta em Moju, no Pará.
Reprodução / Embrapa Amazônia Oriental
A área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal durante o primeiro semestre de 2021 é a maior em seis anos, de acordo com sistema de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram 3.325 km² entre 1º de janeiro e 25 de junho (mais de 2 cidades de São Paulo), índice superior ao dos anos anteriores mesmo sem contabilizar os últimos 5 dias do mês.
O estado do Pará foi o mais afetado: representa mais de um terço (1.251,96 km²) de toda área. Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
“Como ainda faltam cinco dias para fechar o monitoramento de junho, esse número ainda pode crescer”, explica a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar. “Mas é preocupante. Temos um ano com tendência de seca principalmente na parte sul da Amazônia, e ainda muita área desmatada desde 2019 que ainda não queimou.”
Após três meses de recordes mês a mês neste ano – o março com mais alertas, o abril e o maio – junho está abaixo da taxa apresentada em 2019 e 2020. Quando os dados dos dias 25 a 30 forem fechados, o que deve ocorrer na próxima semana, será possível saber de fato em qual posição estará o mês em relação à série do Deter.
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Risco de fogo
Além do desmate, uma grande área de floresta está sob risco de queimadas nesta temporada. O alerta é de um levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e do Woodwell Climate Research. Segundo os pesquisadores, as áreas desmatadas e ainda não queimadas desde 2019 e uma seca intensa provocada pelo fenômeno La Niña indicam atenção especial no combate ao fogo, especialmente no sul do bioma.
“Há quase 5 mil quilômetros quadrados de área, quase quatro vezes o município de São Paulo, com vegetação derrubada e seca só esperando alguém chegar com o fogo. A queimada, nesse caso, é a última etapa do desmatamento, a forma mais barata e rápida de limpar o terreno para seu uso posterior”, diz o levantamento.
Além do tamanho da área vulnerável ao fogo este ano, mais de um terço dessa região está concentrado em apenas dez municípios de quatro estados: o noroeste de Mato Grosso; a maior parte de Rondônia; o leste do Acre; e um longo trecho da rodovia Transamazônica, localizada em grande parte no Pará.
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