Representantes do setor financeiro, da sociedade civil e da academia também assinam documento, publicado na terça (15), com 6 medidas para diminuir, em curto prazo, a retirada de vegetação da região; texto foi assinado por 230 entidades. Na foto, trecho queimado da Amazônia é visto próximo a Apuí, no Amazonas, no dia 11 de agosto.
Ueslei Marcelino/Reuters
Em um documento publicado na terça-feira (15), 230 representantes do agronegócio, de ONGs ambientais, do setor financeiro, da sociedade civil e da academia listam medidas para reduzir, de forma rápida, o desmatamento na Amazônia Legal.
Os autores listam 6 ações para frear a retirada da vegetação:
Retomar e intensificar a fiscalização, com responsabilização dos infratores;
Suspender registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que estejam em florestas públicas, com responsabilização por desmatamentos ilegais;
Destinar 10 milhões de hectares (100.000km²) à proteção e ao uso sustentável;
Conceder financiamentos sob critérios socioambientais;
Obter transparência, junto aos os órgãos de meio ambiente estaduais, nos dados sobre autorização de supressão de vegetação;
Suspender os processos de regularização fundiária de imóveis com desmatamento após julho de 2008.
O texto é assinado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne entidades e empresas como a WWF Brasil, a Unilever, a Youth Climate Leaders e associações do agronegócio.
“A Coalizão Brasil coloca-se inteiramente à disposição do governo, seja para prover informações, ajudar nas articulações com diferentes setores, ou outro tipo de apoio que possa acelerar a solução deste grave cenário”, diz o texto.
Desmatamento histórico
Vista aérea mostra gado pastando em área desmatada da Amazônia próxima a Porto Velho, no dia 14 de agosto.
Ueslei Marcelino/Reuters
Em agosto, a Amazônia Legal registrou, segundo dados de satélite do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), uma área de 1.359 km² sob alerta de desmatamento. É o segundo maior número para o mês nos últimos cinco anos, de acordo com o levantamento histórico dos satélites, que são de responsabilidade do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCTIC).
Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados na terça (15), os alertas de desmatamento no bioma subiram 68% em agosto deste ano na comparação com o ano passado. O instituto afirma que é o pior mês de agosto verificado nos últimos 10 anos de monitoramento.
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A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
Agosto registra o pior índice de desmatamento na Floresta Amazônica dos últimos dez anos
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