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Agravamento da pandemia deve impactar arrecadação federal a partir deste mês, diz Guedes

Ministro fez previsão ao comentar resultados do primeiro bimestre, quando arrecadação cresceu na comparação com 2020. Guedes voltou a defender vacinação em massa para superar crise. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (22) que o agravamento da pandemia no país só deve gerar um impacto mais expressivo nos indicadores econômicos a partir deste mês.
A previsão foi feita durante divulgação da arrecadação de fevereiro, que registrou alta real de 4,3% na comparação com 2020. Foi o melhor resultado desde o início da série histórica, iniciada em 2000 – o que levou Guedes a fazer a ressalva.
“Evidentemente daí para frente, com o recrudescimento da pandemia, essa nova pancada na economia brasileira, é evidente que nós devemos sofrer algum impacto já no mês de abril. Na segunda quinzena de março e, possivelmente, em abril”, afirmou Guedes.
Segundo o ministro, dados como a arrecadação federal e o índice de atividade econômica divulgado pelo Banco Central mostram que a economia brasileira estava em plena recuperação após o “tombo inicial profundo” provocado pela primeira onda da pandemia.
Em carta, centenas de economistas pedem vacinação e medidas de distanciamento social para combater a pandemia
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O chefe do Centro de Estudos Tributários, Claudemir Malaquias, afirmou que até o momento o resultado da arrecadação de março está dentro do estimado pela Receita Federal. Segundo ele, a arrecadação de março ainda reflete os dados econômicos de fevereiro.
“Arrecadação de março ainda reflete o desempenho da atividade economia do mês de fevereiro, e no mês de fevereiro nós tivemos poucas medidas, ou medidas mais amenas, em relação ao isolamento social. A arrecadação de março está vindo dentro do esperado”, afirmou.
Malaquias enfatizou, no entanto, que o perfil de arrecadação do Brasil tem uma concentração no final do mês e que, por isso, é preciso aguardar os próximos dias para avaliar um possível impacto já no mês de março.
Vacinação
O ministro voltou a defender a vacinação em massa e disse que o governo tem a obrigação de vacinar os brasileiros mais vulneráveis nos próximos três, quatro meses. O cronograma de chegada das doses de vacina ao Brasil, no entanto, não permite garantir que esse patamar seja atingido.
“Justamente as camadas mais frágeis, os quase 40 milhões de brasileiros invisíveis, esses são os que querem trabalhar, precisam trabalhar, pedem para voltar a trabalhar. Mesmo nós liberando esse auxílio emergencial, que deve ajudá-los a manter a sobrevivência pelo menos nesse período, nós temos a obrigação de vaciná-los nos próximos três, quatro meses. Nós temos a obrigação de vaciná-los para que eles possam ter um retorno seguro ao trabalho”, disse.
Guedes afirmou que entre as classes de maior renda há uma percepção mais tolerável do distanciamento social e que, entre as classes mais baixas, “há um desejo desesperado pelo trabalho”.
“A vacinação em massa tem que ser acelerada ao máximo para garantir a chance de sobrevivência e o retorno seguro ao trabalho principalmente para as camadas mais vulneráveis”, afirmou o ministro.
Paulo Guedes, no início do mês: ‘Vacinação em massa é a primeira prioridade do governo’
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