Bolsas europeias, que têm menos ações de tecnologia comparadas às dos EUA, começaram a semana no azul. Ações pelo mundo avançavam lideradas pela Europa nesta segunda-feira (7), após uma desvalorização de papéis do setor de tecnologia dos Estados Unidos na última semana que desapareceu com US$ 2,3 trilhões em valor de mercado em dois dias.
A atividade do mercado deve seguir fraca pelo restante do dia devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, embora os futuros da Nasdaq tenham recuado mais 1%.
“Esse rali do mercado pode provavelmente ter uma pausa, dadas as avaliações exageradas”, disse Stephane Ekolo, estrategista de ações da TFS Derivatives em Londres.
O recuo nas ações de tecnologia dos EUA veio com investidores notando o elevado valor dos papéis em momento em que a economia global ainda enfrenta uma recessão.
“Se os balanços não melhorarem materialmente, investidores podem precisar apertar o cinto e esperar uma correção”, acrescentou Ekolo.
Bolsas europeias, que têm menos ações de tecnologia comparadas às dos EUA, começaram a semana no azul, impulsionadas por avanço de 1,6% nos índices da Alemanha, DAX, e de Londres, FTSE 100.
Ações “bluechip” do Reino Unido, muitas de empresas que obtém boa parte dos lucros no exterior, também foram ajudadas por uma desvalorização da libra, uma vez que conversas sobre o Brexit entraram em crise após ameaça dos britânicos de anular o acordo de separação da União Europeia.
A libra recuava cerca de meio por cento contra o dólar e o euro nesta segunda-feira.
“É quase inevitável que essa possibilidade percebida de fracasso no acordo cresça nas próximas semanas”, escreveram analistas do Goldman Sachs em nota.
A queda nas ações de tecnologia não mostrou sinais de que vá chegar ao fim, com os papéis da Tesla, uma queridinha da euforia com o setor de tecnologia dos EUA, recuando 4,5% em Frankfurt depois de terem sido excluídas de um grupo de empresas adicionadas ao S&P 500.
O índice global MSCI de ações, com forte presença dos EUA, avançava 0,3%. O índice atingiu máximas na semana passada, guiado por estímulos sem precedentes do banco central, mas o rali perdeu força nem meio a preocupações com valores muito elevados a atribuídos a empresas em um cenário de recuperação econômica irregular.
“Nossos índices de risco começaram a virar depois de suas máximas eufóricas”, disse o Jefferies, acrescentando que mudou sua avaliação sobre o índice MSCI global para” taticamente baixista” no curto prazo. “No balanço de probabilidades, a correção da semana passada ainda tem espaço para continuar.”
Na Ásia, o índice de blue chip da China caiu 2,3% com a possível inserção da maior fabricante de chips chinesa, SMIC, em uma lista negra dos EUA, o que impactou empresas de tecnologia em geral.
Ainda nos mercados asiáticos, o índice mais amplo do MSCI de ações da Ásia-Pacífico fora do Japão caiu 0,2%, após dois dias consecutivos de perdas que o derrubaram de máxima de dois anos e meio da semana passada.
O Nikkei do Japão caiu 0,5%, com o SoftBank sofrendo forte pressão de venda após relatos da mídia de que teria gasto pelo menos US$ 4 bilhões comprando opções de compra de ações de tecnologia dos EUA.
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