Denunciantes acusam membros de direção de não terem implementado ferramentas de avaliação e controle de segurança do jato. A Boeing deixará de fabricar em janeiro o modelo 737 Max
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Os acionistas da Boeing apresentaram uma ação contra membros de seu conselho de administração, incluindo o CEO David Calhoun e seu antecessor Dennis Muilenburg, por não terem tomado as medidas necessárias para evitar a crise relacionada ao 737 MAX.
A ação, consultada nesta sexta-feira (25) pela AFP, foi iniciada em junho em um tribunal de Delaware, antes de ser atualizada em setembro.
Os denunciantes acusam os membros da direção, órgão que supostamente fiscaliza a gestão da empresa, de não terem implementado as ferramentas de avaliação e controle de segurança do 737 MAX antes dos dois acidentes fatais com aquele avião, que levaram à proibição mundial do modelo em março de 2019.
Autoridades devem começar testes para certificação do 737 Max, da Boeing
Eles mencionam, por exemplo, a ausência de uma comissão dedicada à segurança ou de um sistema de denúncias.
De acordo com a ação, os membros do conselho “não têm desculpa” por não terem garantido a segurança da aeronave, principalmente depois de terem sido alertados, em diversas ocasiões, sobre problemas no projeto, fabricação e comercialização de outras aeronaves da empresa.
Essas acusações foram fortemente refutadas pela Boeing. “Como esperado … em um processo como este, a denúncia apresenta uma versão tendenciosa e enganosa dos fatos das atividades da Boeing e de seu conselho de administração”, reagiu o porta-voz da empresa.
As ações são “infundadas” e a Boeing vai trabalhar para que a denúncia seja julgada improcedente antes do final do ano, acrescentou.
O Wall Street Journal, a bíblia dos círculos de negócios, foi o primeiro veículo de notícias a publicar uma matéria sobre o processo nesta sexta-feira.
Para apoiar as acusações, os demandantes apresentaram documentos internos da empresa. Alguns detalhes foram censurados por motivos de confidencialidade.
Membros do conselho e funcionários nomeados, como o diretor-financeiro Greg Smith, foram acusados de falhar em seu dever por não fazer o suficiente para garantir a segurança das aeronaves da Boeing.
Os autores da ação exigem que os conselheiros e executivos acusados reembolsem a Boeing pelos prejuízos econômicos gerados pela falta de fiscalização, além de todas as remunerações recebidas no exercício de suas funções.
A Boeing já é alvo de várias investigações sobre os acidentes envolvendo a Lion Air em outubro de 2018 e a Ethiopian Airlines em março de 2019, que deixou 346 mortes no total.
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