Apesar do esforço, Brasil terá menor crescimento da América Latina em 2021. O Brasil tem o segundo maior orçamento da América Latina para o combate à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. O investimento supera 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, atrás apenas do Peru, que empenhou 12% de sua renda anual.
O levantamento foi realizado por Alejandro Werner, diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), com base nas medidas econômicas anunciadas pelos governos e bancos centrais dos países latinos.
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O Chile aparece em terceiro lugar na lista, com aporte aproximado de 6,5% do PIB. Todos os demais países do continente estão abaixo dos 5%.
“Na política econômica, as ações variaram. Os países confiaram em transferências para famílias vulneráveis, flexibilização de acesso e expansão do seguro-desemprego, subsídios para manutenção do trabalho, incentivos e diferimentos temporários de impostos e créditos garantias”, diz o diretor do FMI em relatório. “Países com melhor qualidade de crédito, refletidos nos spreads de mercado, geralmente têm sido mais agressivos em sua resposta para a pandemia.”
Resposta à crise na América Latina – FMI
IMF Staff Calculations
Independentemente do tamanho da resposta à crise, os países têm problemas em comum para a efetividade das medidas em implementação. A principal delas, de acordo com o FMI, é a alta taxa de informalidade nos mercados latinos, mesmo em comparação com países emergentes.
Enquanto as taxas de informalidade entre trabalhadores do sexo masculino passam de 40% na América Latina e Caribe, 35% são informais em economias em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, a taxa é de apenas 10%. Para o sexo feminino, os indicadores são semelhantes, de 37%, 26% e 9%, respectivamente.
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A informalidade é um entrave para garantir que políticas sociais de resgate cheguem às camadas mais vulneráveis. Outro desafio é planejar a duração das assistências de modo que não impactem permanentemente as políticas fiscais de cada economia.
“Os países precisarão garantir que as políticas adotadas em resposta à crise não sejam percebidas como permanentes, gerando distorções — especialmente em relação a assistência direcionada a certos setores”, diz, no relatório, Alejandro Werner. “Os países que podem se comprometer com credibilidade a uma política fiscal, alterando suas estruturas tributárias, de despesas e fiscais, garantem que as correções serão feitas quando a economia estiver de volta aos trilhos.”
Década perdida
Com a estimativa de contração de 5,2% das economias da região em 2020, o FMI aponta que América Latina e Caribe devem enfrentar uma nova década perdida entre 2015 e 2025. Trata-se da pior recessão desde que os países “passaram a produzir estatísticas nacionais de crescimento nos anos 1950”.
Para o Brasil, a projeção é de um encolhimento de 5,3% do PIB em 2020. As expectativas para 2021 são de melhora do resultado: crescimento de 2,9%.
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Acontece que a retomada do Brasil será a mais fraca da região, segundo a projeção do FMI. A divisão de países impulsionados pelo turismo no Caribe devem crescer 5,8%, por exemplo. Também têm bons resultados esperados o Chile (5,3%), Peru (5,2%) e até Argentina (4,4%).
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