Alerta vale também para os que não têm sintomas de Covid-19. Pasta orienta, também, que grandes eventos devem ser cancelados ou adiados. Veja lista completa de recomendações. Representantes de ministérios e da Anvisa se reúnem para discutir avanços do coronavírus
O Ministério da Saúde recomendou, nesta sexta-feira (13), que viajantes internacionais que cheguem ao Brasil fiquem em isolamento domiciliar por 7 dias, mesmo que não tenham sintomas de Covid-19. A pasta orienta, também, que grandes eventos sejam cancelados ou adiados.
Veja série de VÍDEOS de perguntas e respostas sobre o novo coronavírus
Segundo o ministério, viajantes internacionais devem procurar uma unidade de saúde se, durante esse isolamento, tiverem falta de ar (dispneia), ou febre com tosse. No caso de falta de ar, deverá ser procurada uma unidade de referência.
As pessoas com sintomas devem ficar em isolamento domiciliar por até 14 dias. Na quinta-feira (12), a pasta anunciou que pessoas que tiverem contato com infectados pelo vírus também poderiam ser colocadas em isolamento, conforme recomendação médica.
A possibilidade de quarentena, que é a restrição de movimento decretada oficialmente por uma autoridade, seria a última medida adotada por cada gestão local, se houver 80% de ocupação dos leitos de UTI disponíveis para a resposta ao Covid-19. Essa decisão deve ser avaliada e adaptada conforme o local.
As medidas estão entre as divulgadas a todos os estados para o combate ao novo coronavírus no Brasil. (Veja lista completa mais abaixo nesta reportagem).
Se as ações propostas não forem adotadas, é possível que o número de casos no país dobre a cada três dias, segundo o Ministério da Saúde. Até quinta-feira (12), o Brasil tinha 77 casos confirmados, de acordo com a pasta, mas alguns ainda não haviam entrado na contagem oficial.
“O objetivo não é impedir, é reduzir velocidade de transmissão para que o sistema de saúde consiga se manter ativo”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
Ele lembrou que, por conta da mudança de tempo, com a chegada do inverno na próxima semana, começará a sazonalidade de doenças respiratórias – entre elas o coronavírus. Por isso, medidas não farmacológicas – como evitar o contato entre as pessoas e lavar as mãos – deverão ser adotadas.
Veja recomendações do Ministério da Saúde para combate à Covid-19:
Atendimento médico
As pessoas com sintomas não devem procurar unidade de saúde se:
tiverem apenas tosse;
tiverem apenas coriza;
tiverem apenas coriza e mal-estar ou sensação de moleza no corpo;
tiverem apenas febre;
Nas situações acima, a recomendação do Ministério da Saúde é que se entre em contato com o número 136 para que uma equipe de saúde possa dar orientações.
Quem tiver falta de ar (dispneia) deve procurar uma unidade de referência para atendimento.
Comportamentos individuais recomendados
Ao tossir ou espirrar, deve-se utilizar o antebraço ou um lenço, que deve ser descartado.
Lavar as mãos com frequência e ficar em casa se estiver doente.
Veja as recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus
As máscaras são indicadas para pessoas que estão doentes, têm contato domiciliar com doentes e para os profissionais de saúde.
Evitar apertos de mão, não compartilhar alimentos e bebidas, aumentar a distância social, reduzir a exposição a lugares lotados.
Idosos e doentes crônicos devem evitar locais com aglomeração: cinema, shoppings, shows e viagens.
Mudar rotina no transporte público.
Fazer exercícios ao ar livre. Academias podem estimular horários alternativos e reforçar higiene de equipamentos.
Comprar suprimentos que devem estar sempre à mão, para evitar sair se ficar doente ou precisar cuidar de alguém doente. Ao mesmo tempo, fazer isso de forma racional e evitar compras desnecessárias.
Quem usa medicamentos contínuos deve pedir prescrições com validade mais prolongada, para evitar ter que ir a uma unidade de saúde no período entre o outono e o inverno.
Fazer compras fora do horário de pico.
Empresas e instituições de ensino
Responsáveis por shoppings e comércio devem permitir lavar as mãos com frequência, usar álcool 70%, disponibilizar toalhas descartáveis e limpar o ambiente com mais frequência – incluindo pisos, corrimões, maçanetas. O ventilador é um complemento.
Empresas devem incentivar reuniões virtuais, cancelar viagens que não sejam essenciais e usar o home office (trabalho remoto). Também devem adotar horários alternativos e escalas diferenciadas para os trabalhadores, para que haja menos pessoas circulando em horários de pico.
Instituições de ensino devem planejar a antecipação de férias – para diminuir o prejuízo ao calendário escolar – mudar horários de aulas e usar ferramentas de ensino a distância.
Eventos
Eventos com concentração próxima de pessoas – sejam governamentais, esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais ou religiosos – devem ser cancelados ou adiados se houver tempo hábil. Se isso não for possível, a recomendação é que o evento ocorra sem público. A recomendação vale tanto para eventos em massa como para aqueles em local fechado.
Cruzeiros turísticos também devem ser adiados enquanto o período de emergência em saúde pública estiver em vigor.
Velórios de pessoas que morreram por infecção de Covid-19 devem acontecer sem aglomeração de pessoas.
Sistemas de saúde
A depender da situação, trabalhadores de saúde devem usar equipamentos de proteção individual.
Os serviços de saúde deverão fazer triagem mais rápida dos casos, para que pessoas com sistemas respiratórios passem menos tempo em salas de espera. Vacinações devem ser feitas em áreas abertas.
Os sistemas de saúde também devem planejar a ampliação das equipes, com estagiários, estudantes e aposentados e realizar campanhas de sensibilização da população.
Nas UTIs, devem ser monitoradas as admissões e as altas relacionadas ao Covid-19. Secretarias municipais devem ter atualizações diárias desses dados.
Ao G1, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não tem como comentar a recomendação do Ministério da Saúde.
No dia 6 de março, a agência havia recomendado que passageiros provenientes de países da América do Norte, Europa e Ásia e que apresentassem sintomas como febre, coriza, tosse e falta de ar poderiam ser considerados suspeitos de Covid-19. A Anvisa reforçou que quem entrasse nesse perfil deveria procurar atendimento médico de imediato.
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