A expectativa de que a economia brasileira encerraria o ano passado em aceleração não se confirmou.
O resultado divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o PIB saiu de zero no primeiro trimestre de 2019 para 0,5% no segundo; 0,6% no terceiro e 0,5% no quarto, sempre na comparação com trimestre anterior (veja no vídeo abaixo).
PIB: economia brasileira cresce 1,1% em 2019, de acordo com o IBGE
Trata-se de uma pequena diferença. Mas que faz muita diferença. Encerrar o ano em aceleração significaria iniciar 2020 em nível mais elevado de atividade econômica. O que teria um efeito estatístico importante para o cálculo final do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
Mas esse ainda não é o maior problema. A combinação do efeito coronavírus, que vai contaminando todo o cenário econômico mundial, com os ruídos políticos entre o governo e Congresso vão tornando mais incerto o desempenho da nossa economia para este ano.
As projeções sobre o nosso crescimento vão ficando desatualizadas a cada semana. Com revisões para baixo.
É nesse ambiente que se explica a decisão do Banco Central de divulgar nota na terça-feira (3), indicando que pode fazer pelo menos mais um corte na taxa de juros, que seria na reunião do dia 18.
Cortar a taxa de juros é o que restou como instrumento de curto prazo para se contrapor ao efeito negativo do coronavírus sobre a economia. O outro seria aumentar os gastos públicas. Seria, porque a crise fiscal que domina União, estados e municípios não dá margem para isso.
A saída é avançar nas reformas econômicas para desobstruir os nós que travam o crescimento. É uma tarefa urgente para o governo e o Congresso, mas que não é capaz de fazer o milagre de uma recuperação robusta no curto prazo.
A travessia para a recuperação será mais longa e penosa. O que exige estratégia e sustentação política para se chegar à outra margem do rio.
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