Tecnologia tem como objetivo ajudar a reduzir a criminalidade, mas levanta preocupações e debates ao redor do mundo por medo de erros. Quepe usado por integrantes da Polícia Metropolitana de Londres, uma das mais eficientes do mundo
Divulgação/London Metropolitan Police
A Polícia Metropolitana de Londres afirmou nesta sexta-feira (24) que vai implementar câmeras e tecnologia de reconhecimento facial em tempo real na cidade.
Segundo um comunicado as câmeras estariam conectadas a uma base de dados de suspeitos, mas não conectada com outros sistemas de monitoramento. Caso as câmeras reconheçam alguém nessa lista , gerará um alerta para que um policial aborde a situação.
O objetivo é que a tecnologia ajude a enfrentar crimes sérios, como violência, uso de armas de fogo e facas, exploração sexual de crianças, entre outros. A instalação, de acordo com a polícia, será feita de modo transparente, com conversas com as comunidades e primeiro em lugares “onde a inteligência sugere que é mais provável localizar criminosos”.
De acordo com o comissário assistente da polícia, Nick Ephgrave, a tecnologia foi testada anteriormente e está em uso em outros lugares do Reino Unido, no setor privado. “Como uma polícia moderna, acredito que temos o dever de usar novas tecnologias para manter as pessoas de Londres a salvo”, afirmou.
Expansão da tecnologia e preocupações
O reconhecimento facial vive um momento de aplicação generalizada, com aplicações em aeroportos, segurança nas fronteiras, bancos, lojas comerciais, escolas e tecnologia pessoal, assim como para desbloquear smartphones. Esse tipo de tecnologia também vem sendo utilizado por forças policiais, mas recebe críticas por receios de viés e imprecisão na análise.
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Alguns ativistas e pesquisadores afirmam que o potencial de erros é muito grande e que isso pode resultar na prisão de pessoas inocentes, além de que a tecnologia pode ser usada para criar bancos de dados que podem ser invadidos ou usados incorretamente.
“Nós temos que garantir os direitos e a transparência para ter certeza que estamos protegendo a privacidade e os direitos humanos das pessoas. Acredito que nossa implementação cuidadosa de reconhecimento facial atinge esse balanço”, disse Ephgrave.
No ano passado um estudo do governo dos Estados Unidos analisou mais de 200 algoritmos de reconhecimento facial e constatou graves vieses e imprecisões. No Brasil, um sistema de reconhecimento já levou uma mulher a ser detida por engano no Rio de Janeiro (veja vídeo).
Em algumas cidades dos Estados Unidos — como São Francisco, Oakland e Sommerville — o reconhecimento facial foi banido de ser usado pela polícia por governos locais.
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