Um estudo conduzido pela organização Rand indica que fatores como capacidade cognitiva, saúde física geral e funcionalidade diária podem ajudar a identificar o risco de Alzheimer e outras demências com até 20 anos de antecedência. A pesquisa analisou dados de cerca de 20 mil idosos dos Estados Unidos, coletados desde 1992, e sugere que a detecção precoce pode permitir a adoção de estratégias para retardar a progressão da doença.
Fatores de risco e prevenção
O estudo identificou 181 potenciais fatores de risco, incluindo:
Estilo de vida: sedentarismo, obesidade e falta de hobbies aos 60 anos foram preditores significativos de demência.
Saúde mental e física: limitações funcionais e cognitivas associadas ao envelhecimento.
Para Peter Hudomiet, autor principal do relatório, compreender esses fatores possibilita ações preventivas tanto para indivíduos quanto para sistemas de saúde. “Com essas informações, é possível identificar grupos de maior risco e alocar recursos para retardar o declínio cognitivo”, destacou.
Situação no Brasil
No Brasil, cerca de 1,76 milhão de pessoas vivem com Alzheimer, representando 50% a 60% dos casos de demência. Estudos nacionais mostram que as mulheres são mais afetadas, com 65% dos diagnósticos entre 2013 e 2022.
Segundo Marcelo Valadares, neurocirurgião da Unicamp, os avanços científicos permitem estratégias para retardar a doença, como:
Exercícios físicos regulares, comprovadamente benéficos para a saúde cerebral.
Atividades intelectuais, como leitura e interações sociais, que aumentam a reserva cognitiva.
Importância do diagnóstico precoce
Valadares enfatiza que a identificação de sinais iniciais, como pequenas falhas de memória ou dificuldade em tarefas simples, permite intervenções mais eficazes. Tecnologias avançadas, como exames de imagem cerebral e testes laboratoriais, têm ajudado a identificar alterações neurodegenerativas antes do surgimento de sintomas graves.
“O diagnóstico precoce é essencial para tratamentos mais eficazes. Quanto antes as intervenções são realizadas, maior a chance de postergar o avanço da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, concluiu o especialista.
Conclusão
A pesquisa reforça a importância de hábitos saudáveis e da detecção precoce no combate ao Alzheimer. Estratégias como atividade física, engajamento intelectual e monitoramento regular da saúde cognitiva são ferramentas poderosas para enfrentar os desafios dessa doença neurodegenerativa.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:o estado de rondônia
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