O mercado financeiro ajustou para cima suas projeções de inflação em 2024, após o anúncio do pacote fiscal do governo. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (2/12), a expectativa para o IPCA subiu de 4,63% para 4,71%. Se confirmada, a inflação ficará acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,50%.
Inflação e outras projeções
As revisões não se limitaram ao IPCA de 2024:
2025: Projeção de inflação elevada de 4,34% para 4,40%.
2026: Projeção passou de 3,78% para 3,81%.
2027: Houve leve recuo, de 3,51% para 3,50%.
Analistas atribuem o aumento das estimativas às medidas de corte de gastos do governo, que elevam a percepção de risco fiscal no país.
Selic: Juros em alta
A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, permaneceu estável em 11,75% para 2024, enquanto para 2025 foi ajustada de 12,25% para 12,63%. A expectativa é de um novo aumento na Selic até o final de 2024, saindo da taxa atual de 11,25%.
Outras estimativas para os próximos anos:
2026: Selic revisada de 10% para 10,50%.
2027: Estável em 9,50%.
Dólar: Estabilidade para 2024, mas tensão no curto prazo
A projeção do dólar para o fim de 2024 segue em R$ 5,70, mas a moeda americana já ultrapassou os R$ 6,00 na última sexta-feira (29/11), marcando um recorde histórico. O mercado aponta que o aumento do prêmio de risco, associado ao cenário fiscal, contribui para a volatilidade.
Outras estimativas:
2025: Alta de R$ 5,55 para R$ 5,60.
2026: De R$ 5,50 para R$ 5,60.
2027: Mantida em R$ 5,50.
PIB: Crescimento moderado
A projeção para o PIB em 2024 subiu de 3,17% para 3,22%, indicando otimismo com a expansão econômica no curto prazo. No entanto, as previsões para os anos seguintes permanecem moderadas:
2025: 1,95%.
2026: 2,0%.
2027: 2,0%.
O mercado aguarda os dados do terceiro trimestre de 2024, que serão divulgados nesta terça-feira (3/12), com expectativa de desaceleração moderada no crescimento econômico.
Contexto geral
As revisões refletem o impacto do pacote fiscal sobre as expectativas do mercado, evidenciando preocupações com a inflação e a sustentabilidade das políticas econômicas no médio prazo. A resposta do governo e a aprovação de medidas de ajuste fiscal serão cruciais para definir o rumo da economia brasileira.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Notícias ao Minuto Brasil
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