O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (29) e ultrapassou a marca de R$ 6, chegando a R$ 6,02 nas primeiras negociações do dia, enquanto o mercado digere as medidas fiscais apresentadas pelo governo federal. Na véspera, a moeda americana já havia encerrado o pregão em R$ 5,99, marcando o maior valor nominal da história frente ao real.
A valorização reflete o mau humor do mercado após os anúncios do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que detalhou propostas de ajuste fiscal e a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil.
Impacto do pacote fiscal
A medida de isenção do IR, prevista para entrar em vigor em janeiro de 2026, deverá gerar um impacto fiscal de R$ 35 bilhões — valor inferior às projeções de analistas, que estimavam cerca de R$ 45 bilhões.
Haddad também anunciou um pacote de ajustes com estimativa de economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, reforçando o compromisso com a sustentabilidade fiscal. Contudo, os detalhes apresentados não foram suficientes para aliviar as preocupações do mercado quanto à capacidade do governo de cumprir as metas fiscais.
Atuação do Banco Central
Para conter a volatilidade do câmbio, o Banco Central realizará nesta sexta-feira um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, visando a rolagem de vencimentos programados para janeiro de 2025.
Contexto econômico
A alta do dólar reflete um cenário de incertezas fiscais, somado à reação negativa do mercado às isenções anunciadas e à dificuldade de implementar medidas que equilibrem as contas públicas. Além disso, a pressão cambial pode impactar os preços de bens importados e afetar a inflação, trazendo novos desafios para a política monetária.
O desdobramento dessas medidas dependerá do andamento das discussões no Congresso Nacional e da capacidade do governo de ajustar as expectativas do mercado frente ao atual cenário econômico.
Fonte:CNN Brasil
Foto:A Tarde
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