Um grupo de lideranças Yanomami, liderado pelo xamã Davi Kopenawa, esteve nesta segunda-feira (25/11) no Palácio do Planalto para cobrar do governo federal medidas mais eficazes contra o garimpo ilegal no território indígena em Roraima. A comitiva se reuniu com Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, e solicitou uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Denúncias contra garimpo ilegal e impactos na comunidade
Os Yanomami afirmaram que, apesar das operações governamentais iniciadas no ano passado, o garimpo ilegal persiste, trazendo graves consequências para suas comunidades e o meio ambiente. Segundo eles, a atividade envolve crime organizado e a colaboração de autoridades políticas locais.
Davi Kopenawa, autor do livro A Queda do Céu e um dos mais destacados representantes do povo Yanomami, entregou uma carta à ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na mensagem, pediu providências contra a participação de autoridades estaduais no garimpo.
“Essa destruição compromete nossa existência e prejudica a luta contra a crise climática no mundo. Além do desmatamento, enfrentamos o desvio de medicamentos essenciais para a saúde do nosso povo”, destacou Kopenawa.
Envolvimento político e denúncias contra governador
O governador de Roraima, Antônio Denarium, foi acusado de envolvimento com o garimpo ilegal. Uma operação da Polícia Federal que investiga lavagem de dinheiro relacionada à mineração ilegal apontou como alvo a irmã do governador, Vanda Garcia, e outros familiares. Denarium nega qualquer ligação com as atividades criminosas.
Em entrevista recente, o presidente Lula comentou os rumores sobre a participação do governador no esquema. “Aqui em Brasília corre o boato de que o governador teria vinculação com essa gente do garimpo. Se a PF tem indícios, isso tem de ser apurado e investigado”, disse à Rádio Norte FM, de Manaus.
Crise climática e direitos indígenas em foco
O encontro no Planalto reflete a preocupação crescente com a proteção das terras indígenas, a preservação ambiental e o impacto das atividades ilegais na crise climática global. O governo federal tem enfrentado pressões nacionais e internacionais para reforçar o combate ao garimpo e garantir os direitos dos povos indígenas.
Kopenawa ressaltou que a luta Yanomami não é apenas pela sobrevivência de seu povo, mas pela preservação da Amazônia como patrimônio mundial. “O que acontece em nosso território afeta o futuro de todos nós”, concluiu.
Fonte/Foto:Correio Braziliense
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